Liderança e Pessoas

16 agosto, 2016 • Liderança e Pessoas

A preocupação com o indivíduo é a melhor política para reter talentos

As empresas, ao promoverem a qualidade de vida da equipe dentro e fora do ambiente de trabalho, conseguem reduzir os custos com rotatividade, aumentar a produtividade individual, gerar uma satisfação em pertencer a um grupo, a valorização individual, torna a equipe em influenciadores e reduzir as chances de serem atraídos pela concorrência.

Ao lidar com indivíduos, as empresas estão sujeitas aos sonhos e às aspirações pessoais, à necessidade de reconhecimento e de superação de cada um dos membros da equipe, sejam eles da área estratégica, técnica, administrativa ou operacional.

Os funcionários desta geração gostam de contribuir e não se sentem valorizados quando suas ideias são descartadas constantemente.

Em um momento que os millennials estão à frente de grandes negócios antes de chegar aos 30 e lideram uma legião de fãs que levantam a mesma bandeira, fica difícil para uma empresa tradicional conquistá-los. Mas não é impossível.

Há 15 anos no mercado, a empresa de tecnologia DígithoBrasil, com sede em Campo Grande (MS), teve uma ruptura no modus operandi em 2010, quando percebeu que havia uma insatisfação coletiva por parte dos funcionários e da própria gestão. De lá para cá, houve investimentos massivos em desenvolvimento de pessoas, tendo o ser humano como centro da gestão dos negócios.

A empresa é de médio porte e, somente em 2015, o orçamento para benefícios foi de R$ 470 mil, que engloba a oferta diária de frutas aos colaboradores, aporte para cursos de aperfeiçoamento profissional, ginástica laboral e massagem relaxante. Associado a todos esses benefícios, o prédio oferece um espaço de descontração com jardim, videogame e mesa de sinuca, que podem ser acessados a qualquer momento, além de seguro de vida, plano de saúde, acesso à universidade corporativa gratuita e plano odontológico opcional.

“Acreditamos que, quando empoderamos a equipe damos autonomia para o indivíduo tomar as decisões e ele se torna muito mais responsável do que quando a empresa simplesmente proíbe”, explica o analista de marketing Jorge Almoas, sobre o acesso irrestrito às redes sociais durante o trabalho e à maneira casual de vestimenta adotada pela empresa.

“A gente sabe que o acesso às redes sociais e a flexibilidade no horário não comprometem a produtividade, principalmente porque, mesmo estando no trabalho, a vida lá fora continua”

Jorge Almoas (DígithoBrasil)

Essa política contribuiu para a retenção de talentos, com um turnover de duas pessoas ao ano. “As pessoas só saem daqui quando recebem propostas irrecusáveis fora do estado ou quando passam em concurso”, reitera Almoas.

No caso da Gráfica PEX, uma empresa de pequeno porte também sediada em Campo Grande (MS), o foco em pessoas nasceu com os negócios, há 22 anos. Com apoio de psicólogos que promovem dinâmicas de grupo, a empresa percebe a melhoria constante na comunicação e comportamento, que reflete no relacionamento entre a equipe o no atendimento ao cliente. O ambiente de descanso e a copa foram adequados a partir das sugestões dos próprios funcionários e, para se ter uma ideia, apenas 15% da equipe tem menos de um ano na empresa – prova de um endomarketing levado a sério.

Política de retenção de talentos

“As empresas precisam tratar o colaborador como tratam o cliente, pois ele vai replicar esse tratamento ao seu cliente”

Gláucia Guerra (Gráfica PEX)

Para entender a importância de proporcionar benefícios aos colaboradores, devemos olhar para a própria História. Durante a Revolução Industrial, as pessoas trabalhavam em jornadas de trabalho próximas aos regimes escravistas, não tinham direito a nada, muito menos à folga. Nos séculos seguintes, principalmente em um momento pós-guerra, com países a serem reconstruídos, todos foram convocados à vida glamurosa do escritório, da fábrica. Ganhavam o suficiente para sustentar a família e suas carreiras se desenvolviam a medida que as corporações se transformavam em multinacionais. Enquanto isso, Abraham Maslow propunha uma hierarquia de necessidades humanas, conhecida por Pirâmide de Maslow, que dizia que as pessoas sentem a necessidade de escalar os níveis da pirâmide, começando pelas necessidades fisiológicas, segurança, amor, estima e realização pessoal. Daí a preocupação latente de como motivar uma equipe se converte em promoção de benefícios e qualidade de vida na empresa.

“ Se você cuida de seus empregados, eles cuidarão de seu negócio”

Richard Branson

Quando as grandes empresas começaram a falar em benefícios para os funcionários e com a explosão das empresas de tecnologia, os benefícios tomaram proporções dignas de Walt Disney World. Altos salários, plano de saúde, seguro de vida, bônus de férias, kit horta semanal, previdência privada, creche para os filhos, licença maternidade estendida, pagamento de cursos, trabalho remoto e horário flexível se tornam parte do pacote de benefícios que engloba passeios de iate, limpeza gratuita da residência e festas.

A melhor maneira de inserir no DNA da empresa o valor dos benefícios para funcionários e os bons resultados para os negócios é realizando pesquisas e avaliando o perfil da equipe. O importante não é quantidade e sim utilidade. A preocupação com o endomarketing aponta necessidades reais da equipe e cria condições de implantar melhorias.

Consultorias de Gestão de Pessoas, como as oferecidas pelo Sebrae, contribuem com soluções viáveis para a retenção de talentos, mantendo a equipe feliz e motivada, além de ser um gatilho para a produtividade e o bom desempenho da empresa. Líderes como treinador de futebol Zico, encaram a formação de um time forte como missão pessoal. Confira suas dicas no vídeo abaixo:

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