Liderança e Pessoas

13 abril, 2017 • Liderança e Pessoas

Inclusão competitiva: Adaptar a Sua Empresa o Diferencia da Concorrência

Circular pelos corredores, pegar um cabide na arara ou um produto na prateleira, experimentar a peça no provador, passar pelo caixa. Para 24% da população brasileira esse não é o roteiro normal de uma compra. O Brasil possui hoje cerca de 46 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência (física, mental, intelectual ou sensorial) e estar preparado para receber e atender um cliente deficiente pode fazer toda a diferença nos números do seu negócio. Quer saber como? Leia a matéria sobre a inclusão competitiva!

De dificuldades estruturais ao despreparo dos funcionários para o atendimento, inúmeras são as barreiras e os desafios para garantir a segurança e a autonomia para deficientes e pessoas com mobilidade reduzida.

Tetraplégica e cadeirante há 8 anos, a jornalista Ana Paula Cardoso já perdeu as contas de quantas vezes desistiu de ir a algum lugar ou teve que ir embora porque o acesso só era feito por escadas ou porque a mesa não estava em uma altura adequada para a cadeira de rodas. Segundo Ana, a maior dificuldade está em lojas de roupas.

“Já tive várias situações desconfortáveis, principalmente porque as lojas não possuem provadores adequados para nenhum tipo de deficiência e, quando têm, são usados como depósitos. A primeira vez que fui a uma loja, as funcionárias precisaram segurar um pano em volta de mim para eu ter o mínimo de privacidade enquanto provava algumas peças. Eu me senti envergonhada, senti que estava incomodando, mas percebi que eu precisava provocar essas situações desconfortáveis na gerência e nos funcionários para que percebessem que aquela situação de falta de acessibilidade é errada”, comenta.

Nesses 8 anos, Ana encontrou somente uma loja de roupas totalmente adaptada: no Barra Shopping, Rio de Janeiro. A dificuldade é tanta, que ela teve encontrar uma alternativa na hora de comprar suas roupas.

“Como perto de mim não existem lojas e provadores adequados, compro muito mais pela internet. Há a desvantagem de não poder experimentar, porém o estresse é muito menor”, desabafa.

O acadêmico de Letras João Guanes faz parte dos 3% da população sul-mato-grossense que possui deficiência visual. Ele, que quando ficou cego após um descolamento de retina há 13 anos, não tinha nem o ensino fundamental completo, enfrentou inúmeras dificuldades para concluir o ensino médio e se formar em jornalismo.

“Diversas vezes tive vontade de desistir, só não larguei tudo porque tive muito apoio da minha família. Concluí uma faculdade, já iniciei outra, mas fazer um curso de inglês eu não consigo, por exemplo, porque em lugar nenhum existe material adaptado”, comenta.

No ISMAC (Instituto Sul Mato-Grossense Para Cegos), João fez cursos e se reabilitou, hoje é independente e faz quase tudo sozinho, menos ir às compras.

“O nosso comércio não está preparado para receber deficientes, falta piso tátil, faltam profissionais preparados. Já passei por situações nas quais minha compra não seria finalizada se eu não estivesse acompanhado. Além disso, os vendedores só se dirigem à minha esposa, ou a quem estiver me acompanhando, como se eu fosse incapaz de responder só porque sou cego”, relata.

Não dar a devida importância a esse público e ao atendimento diferenciado que ele precisa vai além de perder vendas, esbarra na perda de direitos. Para estimular e orientar empresários a adequarem seus estabelecimentos, tornando seus negócios acessíveis a todos, o Sebrae MS lançou a Cartilha Negócios Acessíveis.

Com materiais impressos e online e vídeos, o Sebrae MS mostra que é viável e lucrativo investir em acessibilidade, dando condições para todos participarem dignamente da sociedade, trabalhando, consumindo, usufruindo de serviços e gerando riqueza para o nosso país. A Cartilha aborda, ainda, as questões legais que envolvem o tema.

Para saber mais sobre Negócios Acessíveis, clique aqui.

 

 

 

 

 

 

 

 

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