Empreendedorismo

05 agosto, 2019 • Empreendedorismo

Projeto de formalização e capacitação transforma a vida de micro e pequenos empreendedores da capital

Foram mais de 30 anos dedicados ao trabalho no campo. Entre a criação de gado, o turismo rural e a produção de mel, o cultivo das abelhas conquistou Adriano Adames. Na simplicidade de quem não teve uma formação acadêmica, mas aprendeu com a vida a identificar oportunidades, o produtor abriu mãos das demais atividades para se dedicar exclusivamente ao mel.

No Apiário Mel Serra da Bodoquena, Adriano cultivava as abelhas e extraía o mel para vendê-lo bruto e por atacado para a indústria. Em 2012, a filha de Adriano, Taina, teve a curiosidade de perguntar a um cliente por quanto o mel era vendido para a exportação. Saber que o produto final tinha valorização de até seis vezes o valor do que era pago ao apiário fez Tainá aceitar o desafio de entrar na empresa do pai para mudar o modelo de gestão e aumentar o faturamento.

O processo contou com o apoio do Senar/MS, onde descobriram como funcionava uma mini-indústria, do Sebrae/MS, por meio do “Nascer Bem”, entre outros cursos e consultorias, e da Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio projeto “Campo Grande Produtiva Para Viver e Ser Feliz”.

O projeto venceu o 1º Lugar da etapa estadual do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor, na categoria Inclusão Produtiva e Apoio ao Microempreendedor Individual (MEI), uma iniciativa que reconhece os prefeitos e administradores regionais que implantaram projetos com resultados comprovados com foco no desenvolvimento dos pequenos negócios do município e à modernização da gestão pública.

Facilidades na prática

Com o objetivo de criar um ambiente favorável ao desenvolvimento dos pequenos negócios e potencializar a participação destes na economia municipal, o projeto oferece mecanismos que facilitam a criação e a regularização de micro e pequenas empresas. “A prefeitura vem trabalhando em franco processo de desburocratização e apoio ao desenvolvimento dos micros e pequenos. Com o projeto, os empreendedores são auxiliados desde a abertura do negócio, com orientação sobre aspectos técnicos legais, de gestão, financeiros, entre outros”, explica Regina Célia Passos, Agente de Desenvolvimento da SEDESC.

De acordo com o executivo municipal, o projeto permitiu a formalização de pelo menos 200 microempresas individuas, que aproveitaram os espaços instalados nas incubadoras municipais e as orientações técnicas neles oferecidos.   

A empresa do seu Adriano e da Tainá funciona em uma dessas incubadoras, a Incubadora de Alimentos Norman Edward Hanson. “A incubadora foi fundamental para o novo momento da empresa, sem o apoio técnico e a infraestrutura que a incubadora oferece, nem teríamos começado, porque a primeira coisa que tivemos foi a orientação para tirar o selo de inspeção municipal. Sem ele, não íamos conseguir nem começar a vender, além disso participamos de rodadas de negócios para colocar o nosso produto no mercado, além de capacitações sobre fluxo de caixa e projeção de crescimento”, explica Taina.

Hoje, o Apiário Mel Serra da Bodoque tem um mix de mais de 20 produtos, entre mel em bisnaga, mel cremoso, pólen, própolis, propolis verde, hidromel e até mesmo a roupa para apicultor que Adriano  desenvolveu junto com um amigo, já premiada internacionalmente. Adriano se tornou referência no assunto e viaja o país dando cursos e consultoria em apicultura.

Arteiras e empreendedoras

A República das Arteiras é outro exemplo de empresa que foi beneficada pelo projeto da prefeitura municipal de Campo Grande. O coletivo de costureiras funcionava em um projeto social no Portal Ciobá com o apoio de uma ONG. O pedido para desocupar o espaço coincidiu com a abertura do processo seletivo da Incubadora Mario Covas, localizada na região sul da capital.

O grupo, liderado pela experiente costureira Ivani Marques da Costa, mudou-se para a incubadora, onde além do infraestrutura e maquinário, conta também com todo o acompanhamento de gestão e espaço garantido nas feiras de turismo, negócios e artesanato.

“Tudo o que o projeto oferece é fundamental para quem está começando um negócio sem capital de giro, sem investimento real de dinheiro. E nós somos a prova de que dá resultado investir e estimular porque a gente trabalha com alfaiataria e os nossos clientes são criadeores de moda autoral. Quando mudamos para cá, tínhamos dois clientes, hoje, trabalhamos com 15 de vários segmentos, desde moda pet até enxoval e moda street wear. Quando a gente mudou, só tinha uma outra empresa, que era de serigrafia. Trouxemos para cá uma forma diferente de trabalhar e agora já existem outras empresas com outras modalidades de estampa. A gente compartilha os clientes e o cliente se beneficia também”, explica Ivani.

De acordo com as empreendedoras, o coletivo de costureiras é um negocio social, que prevê lucro, mas também oferece retorno para a comunidade do entorno, por meio de cursos e capacitações para gerar renda e independência financeira para os moradores da região.

No desafio, o estímulo

Para o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, o fato do projeto ter ganhado o prêmio demonstra a preocupação da administração atual em garantir que o município se desenvolva cada vez mais e de modo justo, competitivo e sustentável.

“Nossa atuação, embora com desafios, tem uma ampla gama de oportunidades.

Projetos como esse, a médio e longo prazos, promoverão mudanças culturais e estruturais que se tornarão sustentáveis ao longo do tempo, garantindo iniciativas e um ecossistema propício para o empreendedorismo, gerando emprego, renda e desenvolvimento”, declarou o prefeito.

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