Inovação e Tecnologia

21 novembro, 2018 • Inovação e Tecnologia

Futurismo: o que fazer quando o amanhã já chegou?

O futuro é agora. No mercado, as mudanças são rápidas e quem não acompanha corre o risco de ficar para trás. Você se lembra de ter estudado a Revolução Industrial na escola? Pois saiba que a quarta Revolução Industrial já começou!

Essa nova onda tem tudo a ver com a tecnologia e transforma nossas vidas de forma profunda. Armazenamento em nuvem, redes sociais, mobilidade, Internet das Coisas e Inteligência Artificial fazem parte do nosso dia a dia. Se você demorar alguns meses para ler esse texto, ele corre o sério risco de ficar ultrapassado.

Para você ter uma ideia, essa quarta revolução nos dá algumas previsões. como o fato de que as crianças nascidas em 2017 talvez nunca dirijam um carro e deverão usar robôs para as tarefas cotidianas, por exemplo.

Todo esse avanço fez surgir novas profissões e cargos no mercado. Uma delas, ainda pouco conhecida, é a profissão do futurista. Apesar desse nome que tem o maior jeitão de ficção científica, acredite, ele é um personagem determinante no futuro do mercado, uma vez que, ante as expectativas dos clientes, é quem prevê quais tendências estão chegando para orientar de forma efetiva as empresas nas tomadas de decisão.

Bruno Macedo é um desses profissionais. Ele é futurista e designer de Experiências de Futuro na Rito, empresa que busca antecipar tendências. Ele conta que, por meio de treinamento em ferramentas prospectivas de futuro e experiências imersivas, ajudou empreendedores em todo o Brasil a experimentarem futuros e a aprimorarem tanto a sua estratégia quanto a sua mentalidade olhando para longo-prazo. “Há alguns mitos sobre esse função, mas um futurista profissional não foca em achar uma resposta, e sim, provocar – por meio de especulações – quais cenários podemos ver nos próximos anos. Em outras palavras, o futurista é como um detetive que investiga cada fase da mudança, buscando sinais ou pistas no presente, criando hipóteses e desenhando cenários em que é possível simular situações que poderiam ser comuns de acontecer no futuro”, explica.

Ele pontua ainda que um futurista pode ser fundamental aos empreendedores na hora de desenvolver produtos e serviços e todo o modelo de negócios orientado a futuros possíveis. Até mesmo problemas críticos, como aquecimento global, saúde mental e educação, por exemplo, podem ser vistos de outra maneira, enxergando soluções para essas situações, antecipando cenários emergentes que podem tanto ser uma ameaça ao negócio ou transformados em oportunidades.

Para o futuro, os empreendedores precisarão desenvolver novas habilidades? Bruno é categórico ao dizer que sim, dentre elas: curiosidade, visão sistemática, autoconhecimento, empatia, pensamento provocativo e sensemaking (uma forma de interpretar o que está acontecendo no mundo dentro da visão do futurista), e principalmente a habilidade de se adaptar constantemente. “A minha dica é desenvolver a capacidade transdisciplinar, conhecendo um pouco sobre cada tema. Estamos em uma era que um Ted Talks ou vídeos no Youtube trazem conhecimentos muito profundos, que levávamos anos para aprender e somente especialistas sabiam. A Marina Gorbis, presidente do IFTF (Institute for the Future) fala que o pensamento futuro é uma habilidade essencial para os líderes do século XXI. Aprender a pensar como um futurista é desenvolver cada uma dessas habilidades acima. Dentro das experimentações que já realizei sobre o futuro do trabalho, percebo que o futuro parece ser mais movido por soft-skills ou habilidade sócio-emocionais”, pontua.

Além disso, ele reforça que os empreendedores precisam questionar e provocar mais, desafiando o status quo e utilizando de ferramentas tecnológicas para antecipar problemas e oportunidades, desenhando modelos de negócios que possuam o DNA do mundo complexo que vivemos, portanto, preparados para dançar com a complexidade.

Pessoalmente, Bruno diz que também está se preparando para cenários profundos, buscando sempre estar próximo daquilo que não sabe. “Parece confuso, mas eu me preparo investigando, especulando e desenhando mais futuros”, conta.

Sua dica de ouro aos empreendedores é: estar atento aos sinais. “São coisas que estão acontecendo todos os dias, podem ser notícias ou algo que você ouviu ou avistou na rua. Esse sinal pode ser fraco no presente, mas o seu impacto pode ser transformador do futuro. Um exemplo que gosto bastante é da Internet que há 30 anos era um sinal fraco, e os especialistas acreditavam que seria uma tv a cabo com 500 canais a mais. Quando você está lidando com o futuro, ativar outros olhares, ou seja, a inteligência coletiva para pensar futuros possíveis, pode ser um caminho de antecipar o que está por vir, e tornar a empresa mais inovadora preparada para as turbulências e crises do mercado”, finaliza.

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