A proposta de ser uma loja, com o mix de móveis e produtos de Minas Gerais, conquistou tanto os campo-grandenses que Karina Beltrão não teve outra opção: reformar a loja para atender um número maior de clientes que buscavam os quitutes fresquinhos e o café coado na hora, e na mesa. Ela conta que iniciou com quatro mesinhas e sentiu a necessidade de colocar mais. “Passei para 13 mesas, diminuí a exposição de móveis para venda e mantive a proposta de ser uma casa de produtos tradicionais mineiros”.
Com dois anos e meio, a Casa Beltrão conquistou o paladar com novidades gastronômicas que chegaram aos poucos ao cardápio. “Fui introduzindo novos produtos que são bastante conhecidos em Minas, mas pouco aqui, como o pão-de-queijo com diversos tipos de recheio, de goiabada com queijo à carne-seca”. Karina acrescenta que esta adequação no cardápio é feita de seis em seis meses, sempre trazendo novidades aos clientes.
Este foco no cliente, entender o que ele quer e saber como oferecê-lo produtos e serviços específicos, é uma das estratégias previstas no plano de negócios, explica o consultor do Sebrae-MS, Jorge Nagy. “Primeiro o empresário deve definir seu público-alvo, conhecer seu estilo de vida, quais são os desejos ele e estabelecer isso no seu plano de negócios”.
Orientado pelo que poderia oferecer ao cliente, Maurício Domingues, também conhecido como Goiaba, iniciou em 2014 uma reforma geral no empreendimento. Trocou a fachada, o layout e ampliou o segmento de gastronomia de seus produtos. Todo esse processo, planejado por ele, teve como principal objetivo criar um ambiente moderno e prático, aliando qualidade nos produtos, preço competitivo e atendimento. “Um ano após a reforma a minha clientela aumentou em 40% e tive um ótimo retorno dos antigos clientes que elogiaram as mudanças”.
O negócio que iniciou como sacolão, em 1991, quando as verduras e legumes possuíam um preço único por quilo, hoje se apresenta como mercado que oferece até produtos higienizados prontos para o consumo e kits de alimentação direta para o preparo. “O consumidor que não
tem tempo pode encontrar um pouco de tudo, com fácil acesso e com qualidade”.
O foodtruck chegou a Campo Grande com propostas diferentes. Além dos que percorrem a cidade e divulgam os locais nas redes sociais, há outros que se estabeleceram em um espaço fixo, como uma grande praça de alimentação a céu aberto.
No Nomâde Food Park, a empresária Ricarda Ledesma Blanco da Fonseca viu a oportunidade de ter um pequeno negócio em que pudesse oferecer um pouco da cozinha regional. O “Da Terra” traz a proposta de refeições tradicionais de Mato Grosso do Sul, como o carreteiro, e emprega novos ingredientes como a farinha de Bocaiuva que empana o Pintado Frito ao cardápio “Inicialmente trouxe panelas grandes e muitos utensílios, com o tempo vi que precisaria de materiais mais práticos que o espaço do truck pudesse comportar, adaptações feitas para atender melhor os clientes”.
Nagy esclarece que o empreendedor, ao visualizar o seu negócio no papel, fica mais fácil dele definir estratégias e até alterar suas operações. “O plano norteia as tomadas de decisões”.