O cenário social, político e econômico gerado pela pandemia de Coronavírus desperta incertezas em empreendedores de todos os lugares do mundo, independentemente do tamanho das empresas. É claro que sabemos que os micro e pequenos são os que mais sofrem os efeitos de uma crise, mas ameaças existem o tempo todo e para todos.
Com exceção desse fato pontual (que demandará tempo, energia, esforço e muito trabalho para ter seus efeitos superados), um estudo da Allianz Global Corporate & Speciality, baseado em mais de 4 mil respostas com empresários de todo o mundo, aponta as principais ameaças para as empresas brasileiras: interrupção de negócios, novas tendências de mercado e a crescente concorrência.
Felizmente, de acordo com a Analista Técnica e Economista do Sebrae/MS, Vanessa Schmidt, essas três maiores ameaças podem ser minimizadas pelo empreendedor que se planeja, acompanha e se adequa ao longo do tempo. Comportamento ainda mais necessário na nova realidade que já enfrentamos e ainda vamos enfrentar. Nesse sentido, anotamos as dicas da analista e vamos abordá-las ao longo do texto.
Interrupção de negócios
Uma pesquisa do Sebrae Nacional, realizada em julho de 2019, mostrou que a ‘necessidade de uma fonte de renda’ foi um dos dois principais motivos que levaram os entrevistados a se tornarem empreendedores, com um percentual de 33% em 2019, já a ‘busca pela independência’ apareceu em segundo lugar, com 32%.
E as principais frustrações da experiência foram: não dava dinheiro, não tinha clientes, não conseguia investir no empreendimento ou em fornecedores, e até mesmo, não possuir perfil empreendedor.
De acordo com Vanessa, tal percentual sugere falta de preparo e planejamento, algo que pode ser amenizado pelo empreendedor ao investir em cursos e consultorias, por exemplo. Já para aqueles que encerraram as atividades por conseguirem um emprego, indica que o empreendedorismo ainda é uma alternativa por necessidade para o brasileiro e não algo desejado, e isso pode frustrar quem não está preparado para lidar com um negócio próprio.
Novas tendências de mercado
Os estudos de tendências existem para que o mercado possa assimilar com mais precisão o que a sociedade anseia ou necessita em um futuro próximo. Nesse sentido, é importante que os empreendedores estejam acompanhando essas pesquisas para ampliarem sua visão de negócio, sendo crucial para tomada de decisões futuras.
De acordo com Vanessa, as quatro principais tendências para os pequenos negócios em 2020 e 2021 são a “(re)humanização globalizada”, “vivenciando experiências”, “a conexão de tudo” e “gestão inteligente”.
1. (Re)humanização globalizada
Nos últimos anos, o foco estava nos bens de produção e nas tecnologias, e as empresas esqueceram de dar atenção às necessidades humanas. Nesse sentido, diversas ações estão sendo voltadas para a saúde e o bem-estar da sociedade, como, por exemplo, trazer à tona o prazer pelo simples e para o que realmente importa: momentos de experiência com o outro.
2. Vivenciando experiências
Viver a vida na prática, mesclando o vintage para trazer para o atual período de saturação digital a desconexão e a tranquilidade, com customização e personalização do atendimento. Trazendo, assim, diversão e impacto, de forma inesperada.
3. A conexão de tudo
A tecnologia cada vez mais está presente no dia a dia das pessoas, e pensar em comércio sem integrar mundo digital e físico não é mais possível. Atualmente, é imprescindível o monitoramento 24h para suprir demandas e inovações, inclusive nos pequenos negócios.
Assim como todas as outras tecnologias, recursos como Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR) e até mesmo a Realidade Híbrida têm se tornado cada vez mais acessíveis e se tornam grandes possibilidades de um futuro próximo nos negócios.
4. Gestão inteligente
É nos pequenos detalhes que você garante eficiência a longo prazo. Otimizar a gestão por meio de testes, experimentos e persistência vai garantir a diferenciação do seu negócio dos demais. E, é claro, com o uso de tecnologias e interações/parcerias visionárias.
Crescente concorrência/novos participantes
O tempo médio de existência das empresas brasileiras corresponde a, aproximadamente, uma década, principalmente se levarmos em conta o elevado percentual de novas empresas (42% em 2019), não deixa de ser um sinal positivo para a economia do país.
E isso quer dizer para você, empreendedor, que deve sempre estar atento à concorrência para se adequar ao longo do tempo e se manter no mercado, assim como explica a analista Vanessa Schmidt.
“É fundamental que o empresário acompanhe o mercado, seja por meio de novas demandas e necessidades dos clientes, pelas novas tendências de mercado para o seu segmento, mudanças no perfil de consumo dos seus clientes. É importante que o empresário se antecipe às novas tendências antes dos concorrentes, avaliando cautelosamente os ajustes necessários, os custos envolvidos e os ganhos possíveis”, finaliza.
Em tempos de dificuldades ou não, o Sebrae MS está sempre aqui para te ajudar. Acesse http://orienta.ms.sebrae.com.br e confira consultorias on-line e gratuitas de diversas áreas.