Apesar de vivermos em uma sociedade de consumo, é possível perceber um movimento em direção a um consumo mais consciente. Seja por consciência ambiental ou até mesmo pela economia em tempos de crise, comprar artigos usados deixou de ser coisa de colecionador, e a internet tem cada vez mais grupos, páginas e lojas online que conectam pessoas que querem vender diretamente com os que desejam comprar.
E, com toda essa facilidade, será que ainda existe espaço para os sebos e os brechós físicos? Segundo Ivanilson, da loja Trato Feito, e Erich Pontes, da Coisa das Antigas, existe sim! Conversamos um pouco com os dois para saber melhor qual o futuro dessas lojas.
Vendas caem, movimento não
Ivanilson, que está há 5 anos com sua loja de antiguidades Trato Feito, quando perguntado sobre a queda do movimento ou das vendas, afirmou que as vendas caíram um pouco, mas o movimento não: “o movimento ainda está bom, muitas pessoas procuram a loja para relembrar do passado”, comenta ele.
Já Erich, que também está na área de antiguidades há 5 anos, comenta que percebeu a queda das vendas, mas não acredita que seja por causa das vendas online. “Na verdade, a queda é geral por causa da situação do país. Com o povo sem dinheiro, o que é supérfluo sempre sofre mais; mas sempre tem os entusiastas que gostam e acabam comprando”.
A loja física também no mundo virtual
Apesar da facilidade que a internet proporciona, a loja física tem a vantagem de seduzir o cliente, pela possibilidade de tocar a mercadoria. Erich também aposta na ambientação de sua loja como um diferencial. “Procuro fazer algo mais orgânico, real. Aqui, quando entram, os clientes sentem que estão em uma loja diferente, viajam no tempo”.
No entanto, tanto Erich quanto Ivanilson colocam seus produtos também no mundo virtual. Ivanilson comenta que aproveita diferentes mídias para suas vendas: “faço vendas pelo Facebook, pela página da minha loja, e também uso alguns grupos de WhatsApp. Além disso, vendo por sites de e-commerce, como OLX e Mercado Livre”. Erich também conta usar as mesmas redes e sites, além do Instagram. “Hoje é essencial estar integrado a todas as plataformas”, afirma.
Modernizar o negócio não é apenas um termo que pode ser utilizado em empresas que trabalham com tecnologia, aplicativos e computadores. Empreendedores que trabalham com relíquias, antiguidade e cultura também podem pensar em soluções para incrementar o negócio e aumentar suas vendas.
Erich e Ivanilson mostram que o segredo está em não tentar competir com a internet: junto com sua loja física, aposte também no e-commerce. O comércio de antiguidades, por hobby e também por uma tendência do consumo consciente continua a crescer e pode ser uma grande oportunidade de negócio.