Finanças

04 setembro, 2020 • Finanças

O Crédito para a retomada dos negócios e futuro pós-pandemia

A Jornada do Crédito chegou ao fim! E para encerrar com chave de ouro, o último webinar contou com a presença do consultor financeiro Gustavo Cerbasi e do educador financeiro e youtuber Thiago Nigro, mais conhecido como “O Primo Rico”.

O bate-papo, chamado Revolution Crédito, não só abordou questões relacionadas ao crédito, mas também falou sobre a relação entre investimentos e empreendedorismo e a retomada da economia. Se você não conseguiu acompanhar ao vivo, vamos destacar neste post os principais pontos abordados pelos especialistas. Vamos lá?!

Antecipação é a chave do negócio

Assim como foi ressaltado nos webinares anteriores, o planejamento é a melhor ferramenta para guiar o empreendedor no melhor caminho, até mesmo durante este momento de incerteza que estamos enfrentando.

Gustavo Cerbasi afirmou que a tomada de crédito deve ser evitada até ela se fazer necessária, e nada melhor do que se antecipar para chegar na instituição financeira seguro do que o seu negócio realmente precisa.

“E o contador é a melhor pessoa pra desenhar pra você o orçamento que vai te mostrar, com algumas semanas ou até meses de antecedência, os possíveis riscos que o seu negócio pode ter, as necessidades de caixa e as possíveis oportunidades, para que você apresente ao sistema financeiro o privilégio de participar de um negócio tão precavido quanto o seu. É nesse momento que surgem linhas de crédito bem negociadas, mais generosas, com taxas mais atraentes. Tudo o que um gerente de banco ou um administrador de cooperativa precisa é de um empreendedor que se antecipe para poder ter a segurança de avalizar uma operação de crédito”, disse.

O consultor financeiro acredita que, para decidir entre o financiamento e o empréstimo, o empreendedor precisa analisar a projeção dos negócios juntamente com os outros números da empresa, como o balanço e a necessidade de expansão. “A operação de crédito na modalidade de financiamento leva para o sistema financeiro uma perspectiva otimista, a de que você precisa de uma ‘ajuda’ para expandir seus resultados e devolver o custo da dívida de uma maneira eficiente. Já o empréstimo demonstra um cenário pessimista, de que está faltando ‘fôlego’ para pagar os impostos, folha de pagamento, contas em geral. O banco vai oferecer o dinheiro ‘mais caro’ para quem se planeja mal, para quem não demonstra ter responsabilidade sobre o dinheiro”, comenta.

Recurso próprio x financiamento

No talk-show também se debateu sobre como o empreendedor pode utilizar os seus próprios recursos dentro da empresa e onde aplicar um financiamento de forma eficiente e sustentável. Gustavo Cerbasi ressaltou, novamente, a necessidade de um plano de negócios bem estruturado para poder guiar o empresário na tomada de decisão.

“O recurso próprio deve ser destinado às atividades não financiáveis, aquilo que eu não posso comprar com garantia (contratação de pessoas, um treinamento que eu vou fazer um congresso que eu vou participar). Ele irá complementar o investimento no meu negócio e trazer o conhecimento necessário para me dar certeza que eu estou no caminho certo e garantir que eu continue avançando sempre à frente da concorrência”, disse.

E alertou que, por mais que o mercado financeiro apresente oportunidades, é preciso que haja a separação da pessoa física e da jurídica. Ou seja, usar o mercado financeiro como pessoa física para ganhar “fôlego” e aproveitar linhas de crédito que exigem contrapartidas. E sabendo equilibrar as boas escolhas na pessoa física com os planos do seu negócio garante um crescimento sustentável da empresa.

Investir ou empreender

Quando questionado sobre a sua visão a respeito dos investimentos e o empreendedorismo, Thiago Nigro afirmou que se fosse escolher abriria um negócio do zero ao invés de tentar enriquecer por meio de investimentos.

“Eu acredito que o investimento em ações, em outras palavras, significa empreender através de terceiros, mas é relativo. Investir é uma boa forma de você escalar os seus rendimentos se você é um profissional, que por classificação não é um empreendedor. Para investir é preciso ter capital e você não pode cair na ilusão que irá enriquecer da noite para o dia. Isso é possível, mas nada provável! Ao empreender e montar seu próprio negócio, isso tudo é diferente, porque se você comprar um limão a 1 real e vender a 2 reais você já dobrou seu capital investido. Então, o empreendedorismo é possivelmente a forma mais livre, escalável e mais meritocrática de você fazer dinheiro”, disse.

Um momento de crise também pode ser uma oportunidade

O educador financeiro Thiago Nigro refletiu sobre um aspecto interessante do momento que estamos vivenciando, dizendo que é durante as crises que surgem as grandes ideias e os grandes negócios são criados.

“Durante esses períodos, muito dinheiro está mudando de mão e muitas empresas podem olhar a tomada de crédito como uma forma de se reinventar. Eu mesmo vi várias empresas que aplicaram ou investiram em projetos para que pudessem ingressar na internet da forma correta, porque essa pandemia acabou acelerando esse processo da ‘revolução digital’. Mas se uma empresa pequena tem um crédito e está endividada além do limite que ela poderia, a ideia é que ela quite isso”.

Porém, o especialista alertou para o fato de que se o empreendedor enxerga que, mesmo com o pagamento das suas dívidas o negócio ainda não terá faturamento e continuará dando prejuízo, talvez é mais interessante usar o crédito para financiar novos projetos que faça esse dinheiro virar mais dinheiro. “Se a empresa estiver numa situação negativa, o que ela precisa é sobreviver, então que ela pegue esse dinheiro e quite as dívidas, especialmente aquelas com as taxas mais altas”.

E quando a economia irá se restabelecer?

Uma das principais preocupações dos empreendedores é com relação à retomada da economia após a pandemia da COVID-19. Fica aquela dúvida se ela já está acontecendo neste final de ano ou se o movimento só se iniciará de 2021 em diante.

Thiago Nigro afirma que a curto prazo haverá uma volta muito acelerada dos negócios, devido ao grande período de restrição em que grande parte da população não pôde consumir normalmente. “Nesse horizonte de 1 ou 2 anos, a gente ficou tão recluso que a economia deve voltar rapidamente, porque que as pessoas estão loucas para consumir, sair de casa e gastar o seu dinheiro. Mas, para o Brasil crescer de fato, com consistência e solidez e a longo prazo – entre 10 anos e 20 anos, precisamos de mudanças estruturais”, comenta.

Já Gustavo Cerbasi acredita que os próximos dois anos serão bem complicados para os negócios, mas para os empresários que possuem um olhar otimista, o momento pode ser bom “Na prática, acho que não temos um cenário confortável para os próximos dois anos, quando olhamos a média. Mas é um período muito interessante para aquele que decide encarar a oportunidade como um processo de busca de conhecimento, montagem de planos, formação de parcerias – com parceiros financeiros e parceiros de negócios – para aproveitar um ciclo de recuperação que vai existir”, afirma.

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