Cocriação: desenvolvimento colaborativo com quem impacta no seu negócio
Houve um tempo em que empresas do mesmo segmento (que oferecessem o
mesmo tipo de produto ou serviço) eram automaticamente consideradas
concorrentes; e que empresas que atuavam em segmentos diferentes nem tinham que
se preocupar umas com as outras.
A necessidade de inovar e se reinventar no mercado para atrair e
conquistar clientes tem mudado o modo como as empresas se enxergam e se
relacionam, fazendo da cocriação uma interessante ferramenta para encontrar
novas soluções por meio da inteligência coletiva.
Cocriação é uma forma inovadora de iniciativa de gestão e estratégia
econômica que acontece quando uma empresa envolve seus diferentes públicos
(colaboradores, fornecedores, clientes) e até mesmo outras empresas no processo
de criar/produzir algo. O resultado dessa cocriação deve gerar valor visível
para todos os envolvidos. Essa percepção acaba incentivando o engajamento e faz
com que a contribuição continue acontecendo de forma interativa.
Nascida dentro do âmbito dos negócios, a cocriação ficou “presa”
ao conceito de forma de inovação, em que envolver todos os stakeholders do
negócio era e ainda é uma forma de agregar valor, resolver problemas, melhorar
produtos ou o conteúdo de marketing.
Conceituando
O conceito de cocriação é amplo e pode ser utilizado em vários contextos, mas não se sabe ao certo quem o inventou. O que se sabe é que o termo é uma derivação da expressão “co-produção”, difundida nos anos 1970, e foi primeiramente popularizado por dois acadêmicos de Harvard, Krishnarao Prahalad e a Venkat Ramaswamy, no artigo intitulado Co-Opting Customer Competence publicado na Harvard Business Review em 2000.
Em 2004, a dupla transformou o texto no livro The Future of Competition:
Co-Creating Unique Value With Customers (em português “O Futuro da Competição –
Como desenvolver diferenciais inovadores em parceria com os clientes”), que
disseminou mundialmente o conceito de cocriação.
Prahalad já é falecido e foi professor de economia e administração da
Universidade de Michigan e duas vezes listado pela Thinkers 50 como um dos
pensadores de negócios mais influentes do mundo; reconhecido em todo o mundo
por sua liderança, ideias e ecletismo acadêmico, entre outras coisas.
O livro “A Empresa Co-Criativa”, de Venkat Ramaswamy e Francis
Gouillart, cita vários exemplos praticados por empresas como a Nike e Starbucks
que envolveram seus clientes, parceiros e fornecedores no desenvolvimento de
produtos melhores e mais apaixonantes porque foram cocriados por meio de
plataformas tecnológicas ou dispositivos altamente conectados.
Como
funciona
A Fronteer Strategy, empresa holandesa especializada em
cocriação, estabelece os cinco princípios orientadores da cocriação:
1 – estímulo à participação;
2 – seleção das melhores ideias;
3 – conexão de mentes criativas;
4 – compartilhamento de resultados;
5 – constante desenvolvimento.
Para os especialistas em inovação, os princípios básicos da cocriação se
dão a partir do conjunto de diversos fatores que envolvem:
Empatia como ponto principal
Junção de pessoas com experiências diferentes
Encorajamento da produção de ideias
Atualmente, pode-se dizer que a cocriação tem três vertentes: interna,
com clientes e com empresas.
Cocriação
interna
A cocriação interna começa quando a empresa une diferentes profissionais
de várias áreas da empresa para discutir e alcançar um único objetivo, sendo
principalmente usada na criação de novos produtos e até mesmo campanhas de
marketing. É o tipo de ação que promove engajamento, sentimento de
pertencimento, orgulho e fortalece a cultura.
Cocriação
com clientes
Ninguém conhece melhor as necessidades do seu target do que seus
próprios clientes, não é? Ao fazer essa colaboração com os clientes, é possível
que sua empresa obtenha algumas vantagens, tais como aumentar a relação de
confiança do cliente com a sua marca e também aumentar a probabilidade de
comprarem o seu produto.
Cocriação
com outras empresas e marcas
A cocriação com outras empresas é uma das mais interessantes, pois
mostra que as organizações estão percebendo que, com o ambiente competitivo em
que vivemos, se não houver parceria, será difícil ter vantagem competitiva.
Desse modo, quando companhias decidem se juntar em um projeto, conseguem obter
juntas alguns quesitos de extrema importância para uma boa iniciativa, como a
redução de riscos e de investimento e maior probabilidade de receita.
Desafios e
benefícios
Como qualquer outra ferramenta ou metodologia, colocar a cocriação em
prática tem alguns desafios.
Antes de iniciar um processo de cocriação, é importante ter muita
clareza sobre o propósito e criar um ambiente realmente transparente,
colaborativo e verdadeiro para que haja uma relação ganha-ganha entre todos,
caso contrário, ele não se sustenta.
A premissa da cocriação é que a criação deixe de ser um processo
unilateral e se torne bi ou multilateral. Portanto, a tomada de decisão e
criação em conjunto dependem da qualidade dos relacionamentos e experiências
cultivadas ao longo do processo.
É importante que todos estejam abertos à discussão, que tenham liberdade
e sintam segurança para expor suas experiências. É preciso que seja um lugar
onde todas as coisas podem ser ditas, sem hierarquias, sem pré-definição de
temas e, principalmente, sem julgamento.
Os processos de cocriação exige uma capacidade absoluta de ouvir e
compreender o outro. Exige senso de coletividade, bastante amadurecimento e
muita vontade de contribuir – sem vaidades e sem individualismos.
Apesar da complexidade, quando colocada em prática, a cocriação gera
muitos benefícios:
resultados mais inovadores, já que traz diferentes
perspectivas no processo de criação ao envolver pessoas com diferentes
vivências;
engajamento das pessoas envolvidas em torno de um
propósito comum e não apenas das metas e resultados;
construção de relação de confiança e
corresponsabilidade das pessoas envolvidas no projeto.
E você? Já recorreu à cocriação para criar algo ou encontrar ideias e
soluções para algum desafio?
Houve um tempo em que empresas do mesmo segmento (que oferecessem o
mesmo tipo de produto ou serviço) eram automaticamente consideradas
concorrentes; e que empresas que atuavam em segmentos diferentes nem tinham que
se preocupar umas com as outras.
A necessidade de inovar e se reinventar no mercado para atrair e
conquistar clientes tem mudado o modo como as empresas se enxergam e se
relacionam, fazendo da cocriação uma interessante ferramenta para encontrar
novas soluções por meio da inteligência coletiva.
Cocriação é uma forma inovadora de iniciativa de gestão e estratégia
econômica que acontece quando uma empresa envolve seus diferentes públicos
(colaboradores, fornecedores, clientes) e até mesmo outras empresas no processo
de criar/produzir algo. O resultado dessa cocriação deve gerar valor visível
para todos os envolvidos. Essa percepção acaba incentivando o engajamento e faz
com que a contribuição continue acontecendo de forma interativa.
Nascida dentro do âmbito dos negócios, a cocriação ficou “presa”
ao conceito de forma de inovação, em que envolver todos os stakeholders do
negócio era e ainda é uma forma de agregar valor, resolver problemas, melhorar
produtos ou o conteúdo de marketing.
Conceituando
O conceito de cocriação é amplo e pode ser utilizado em vários contextos, mas não se sabe ao certo quem o inventou. O que se sabe é que o termo é uma derivação da expressão “co-produção”, difundida nos anos 1970, e foi primeiramente popularizado por dois acadêmicos de Harvard, Krishnarao Prahalad e a Venkat Ramaswamy, no artigo intitulado Co-Opting Customer Competence publicado na Harvard Business Review em 2000.
Em 2004, a dupla transformou o texto no livro The Future of Competition:
Co-Creating Unique Value With Customers (em português “O Futuro da Competição –
Como desenvolver diferenciais inovadores em parceria com os clientes”), que
disseminou mundialmente o conceito de cocriação.
Prahalad já é falecido e foi professor de economia e administração da
Universidade de Michigan e duas vezes listado pela Thinkers 50 como um dos
pensadores de negócios mais influentes do mundo; reconhecido em todo o mundo
por sua liderança, ideias e ecletismo acadêmico, entre outras coisas.
O livro “A Empresa Co-Criativa”, de Venkat Ramaswamy e Francis
Gouillart, cita vários exemplos praticados por empresas como a Nike e Starbucks
que envolveram seus clientes, parceiros e fornecedores no desenvolvimento de
produtos melhores e mais apaixonantes porque foram cocriados por meio de
plataformas tecnológicas ou dispositivos altamente conectados.
Como
funciona
A Fronteer Strategy, empresa holandesa especializada em
cocriação, estabelece os cinco princípios orientadores da cocriação:
1 – estímulo à participação;
2 – seleção das melhores ideias;
3 – conexão de mentes criativas;
4 – compartilhamento de resultados;
5 – constante desenvolvimento.
Para os especialistas em inovação, os princípios básicos da cocriação se
dão a partir do conjunto de diversos fatores que envolvem:
Empatia como ponto principal
Junção de pessoas com experiências diferentes
Encorajamento da produção de ideias
Atualmente, pode-se dizer que a cocriação tem três vertentes: interna,
com clientes e com empresas.
Cocriação
interna
A cocriação interna começa quando a empresa une diferentes profissionais
de várias áreas da empresa para discutir e alcançar um único objetivo, sendo
principalmente usada na criação de novos produtos e até mesmo campanhas de
marketing. É o tipo de ação que promove engajamento, sentimento de
pertencimento, orgulho e fortalece a cultura.
Cocriação
com clientes
Ninguém conhece melhor as necessidades do seu target do que seus
próprios clientes, não é? Ao fazer essa colaboração com os clientes, é possível
que sua empresa obtenha algumas vantagens, tais como aumentar a relação de
confiança do cliente com a sua marca e também aumentar a probabilidade de
comprarem o seu produto.
Cocriação
com outras empresas e marcas
A cocriação com outras empresas é uma das mais interessantes, pois
mostra que as organizações estão percebendo que, com o ambiente competitivo em
que vivemos, se não houver parceria, será difícil ter vantagem competitiva.
Desse modo, quando companhias decidem se juntar em um projeto, conseguem obter
juntas alguns quesitos de extrema importância para uma boa iniciativa, como a
redução de riscos e de investimento e maior probabilidade de receita.
Desafios e
benefícios
Como qualquer outra ferramenta ou metodologia, colocar a cocriação em
prática tem alguns desafios.
Antes de iniciar um processo de cocriação, é importante ter muita
clareza sobre o propósito e criar um ambiente realmente transparente,
colaborativo e verdadeiro para que haja uma relação ganha-ganha entre todos,
caso contrário, ele não se sustenta.
A premissa da cocriação é que a criação deixe de ser um processo
unilateral e se torne bi ou multilateral. Portanto, a tomada de decisão e
criação em conjunto dependem da qualidade dos relacionamentos e experiências
cultivadas ao longo do processo.
É importante que todos estejam abertos à discussão, que tenham liberdade
e sintam segurança para expor suas experiências. É preciso que seja um lugar
onde todas as coisas podem ser ditas, sem hierarquias, sem pré-definição de
temas e, principalmente, sem julgamento.
Os processos de cocriação exige uma capacidade absoluta de ouvir e
compreender o outro. Exige senso de coletividade, bastante amadurecimento e
muita vontade de contribuir – sem vaidades e sem individualismos.
Apesar da complexidade, quando colocada em prática, a cocriação gera
muitos benefícios:
resultados mais inovadores, já que traz diferentes
perspectivas no processo de criação ao envolver pessoas com diferentes
vivências;
engajamento das pessoas envolvidas em torno de um
propósito comum e não apenas das metas e resultados;
construção de relação de confiança e
corresponsabilidade das pessoas envolvidas no projeto.
E você? Já recorreu à cocriação para criar algo ou encontrar ideias e
soluções para algum desafio?