A moda, assim como qualquer outro setor industrial, causa impactos ao meio ambiente. O caminho que uma peça de roupa percorre – desde sua produção até chegar em nossas mãos – possui práticas que prejudicam a natureza. Para compensar a balança, cada vez mais iniciativas sustentáveis têm se consolidado, fazendo com que consumidores repensem sua forma de comprar, e o setor reveja suas técnicas de produção.
O termo moda sustentável é usado para definir um conjunto de práticas que levam em consideração o fator humano e o meio ambiente. Ou seja, dá mais valor a quem cria e produz utilizando mecanismos que minimizam os impactos ao ecossistema. Uma dessas práticas é o slow fashion, que incentiva o consumo e o comércio consciente por meio das produções artesanais, reciclagem e reuso.
As várias faces da sustentabilidade
Izabelle Iz é pesquisadora e design de moda. Ainda na faculdade se espantou com a quantidade de lixo e restos de materiais que eram gerados com os projetos e trabalhos. “Não era um assunto abordado e nem pensado de fato. Sustentabilidade ainda não era uma pauta forte no âmbito da moda. Então, comecei a questionar essa postura”, relembra.
Durante as pesquisas para o Trabalho de Conclusão de Curso, mergulhou nas mais diversas técnicas de design sustentável e, segundo ela, foi um caminho sem volta. “Um tema leva a outro e, depois que começamos a viver essa realidade, já não conseguimos negligenciar, uma vez que ‘sustentabilidade’ não está apenas ligada apenas a questões ambientais, mas sim uma série de fatores sociais, econômicos e ideológicos”, explica Izabelle.
De adolescente consumista e acumuladora, Iza passou a ser a jovem que vendia pelos corredores da faculdade as roupas que não usava; e, assim, dava um novo significado ao consumo de moda.
Os brechós começavam a ganhar espaço e a jovem viu que seria uma oportunidade de empreendimento. Mas ainda existia um detalhe que a incomodava: o descarte dos produtos após o seu uso. “Alguma coisa precisava ser feita, pois vivemos uma era de moda efêmera e descarte precoce; tem muita roupa no mundo e todos os dias mais roupas são produzidas. Então, atualmente eu pesquiso e trabalho com upcycling/ecodesign, customização, reuso e slow fashion” conta.
É bom para quem produz e para quem consome
Com uma produção mais atenta às questões ambientais, sociais e econômicas, todos os personagens envolvidos na cadeia são mais valorizados. “Um fator importante é o resgate do papel do designer, que na produção fast acaba perdendo sua essência, a sua arte e sua ideologia para o ato falho de ser obrigado a criar/produzir desenfreadamente só para vender e nada além disso”, pontua.
Já o consumidor ganha a oportunidade de ver o mundo de uma forma diferente e de repensar sua relação com as roupas que usa. “É se livrar dos padrões e imposições da sociedade, ser você e não a tendência; se expressar, usar a sua vestimenta como fala. E principalmente se sentir livre para ser quem é e usar o que quiser, da forma que quiser, algo que é muito seu e não genérico”, enfatiza Izabelle.
Se interessou pelo assunto e quer saber mais? O Sebrae MS pode te ajudar. Veja esse conteúdo sobre moda sustentável que preparamos.