Para quem está iniciando no empreendedorismo e tem vontade de abrir o seu primeiro negócio, investir em um e-commerce é uma ideia bastante interessante: economizar com as instalações físicas e funcionários e conseguir efetuar vendas para todo o país (e até para fora dele) seduz não somente os iniciantes.
No entanto, por ser muito fácil a abertura de um e-commerce, o mercado brasileiro da internet – o maior da América latina – parece muitas vezes estar saturado e a vida útil dos empreendimentos neste modelo não parece se perpetuar por muito mais do que alguns meses.
Paula Sandy, do Grupo WTW, acredita que a facilidade de abrir um e-commerce é um dos fatores que faz sua vida útil ser menor.
“Grande parte do público enxerga no e-commerce uma entrada rápida no negócio próprio devido a facilidade de se criar uma loja online atualmente. Há plataformas gratuitas e com custo baixo, basta criar uma conta, cadastrar seus produtos e começar a vender. A teoria é simples, mas é na prática que as dificuldades aparecem e o pouco conhecimento de negócio, gestão, finanças e falta de persistência fazem com que os e-commerces tenham um tempo curtíssimo de vida”, explica Paula.
Conversamos com três pessoas experientes na área de e-commerce: Antônio Branco, que hoje comanda a Tereré Shop; Léo Wenóli, publicitário e CEO da Wenoli Group e Bianka Abrahão, gerente da Do Ré Mi Pé, que passaram um pouco de suas experiências do que dá certo e o que não dá em um e-commerce.
Erros mais comuns
É possível perceber um padrão de erros comuns aos e-commerces que não persistem por muito tempo. Antônio acredita que muitos dos que não obtêm sucesso nessa área precisam de mais know-how em administrar o próprio negócio.
“Muitas pessoas entram nesse ramo sem sequer ter uma noção de administração e, às vezes, possuem a ilusão de que com um e-commerce você não precisa trabalhar”, pontua.
Já Bianka destacou o cuidado com os clientes.
“Não responder aos clientes é o fator principal que leva ao fracasso. Os clientes possuem dúvidas sobre o produto que estão adquirindo, querem saber mais sobre a loja, sobre o prazo de entrega, entre outras dúvidas e inseguranças. Por isso, é preciso ter alguém que responda imediatamente para que o cliente se sinta seguro e confiante na hora da compra”, relata.
Encontrando um diferencial
Com tanta oferta de lojas digitais hoje em dia, inclusive com grandes redes no páreo, é preciso ter um diferencial para que o seu e-commerce tenha sucesso. Segundo Antônio, produtos inovadores com qualidade, preço justo e linguagem de fácil entendimento para todos são diferenciais que separam um e-commerce mediano de um excelente.
Bianka e Paula Sandy destacam a importância do investimento em marketing. Paula levanta questões muito importantes a serem consideradas.
“Criar uma marca forte que gere uma grande identificação no público é essencial para a longevidade da empresa. Cuidar dos detalhes também faz a diferença: como é a embalagem do produto? A marca explora as redes sociais e gera engajamento com seu público? Produtos novos são lançados com frequência? Há ações promocionais em datas comemorativas ao longo do ano?”, destaca.
Para Léo, a criatividade deve ser sempre valorizada e é um fator é de extrema importância para ter um e-commerce atrativo.
“Pense em algo e faça. Evite antes ficar fazendo pesquisas. Evite se inspirar nos outros, evite copiar. Faça no mundo dos negócios o que acontece na arte: crie”, afirma.
Casos de sucesso
Se você quer investir em um e-commerce mas ainda não sabe em qual segmento, Moda e Acessórios, Pet Shop, Livrarias, Calçados, Beleza e Eletroeletrônicos são bem comuns no meio digital. De acordo com o último relatório Webshoppers 35, divulgado pela Ebit, os segmentos que mais tiveram vendas (faturamento) em 2016 foram: eletrodomésticos, telefonia e celulares, eletrônicos, informática, casa e decoração.
Mas mesmo fora destes segmentos, existem muitos casos de sucesso, de acordo com Paula: “Temos alguns cases legais que nasceram no MS. São e-commerces de nicho, mas que têm uma similaridade de público. A loja Indiretas Brutas é um e-commerce de 4 anos que vende camisetas e bonés de marca própria para o público sertanejo. O Brasil Cowboy vende botas country de diversas marcas e nos últimos anos também incluiu em seu portfólio camisetas e bonés de marca própria. E também tem o BFMS que nasceu da paixão pelo off-road e hoje vende camisetas e bonés para o público que compartilha do mesmo sentimento”, conta.
Mesmo com muitos dados dizendo o contrário, é possível ter um negócio digital que tenha um sucesso duradouro. Seguir nossas dicas e procurar o auxílio de um de nossos consultores é garantia de vida longa ao seu negócio!