Na onda do meme e viral: sua empresa deve estar “junta e shallow now” nessa?
Cartaz do Filme – Reprodução
Desde que o filme “Nasce uma
Estrela” estreou nos cinemas brasileiros, em outubro de 2018, nada ganhou tanta
repercussão no showbusiness como a estreia da cantora Lady Gaga nas telonas
e sua parceria com o ator Bradley Cooper cantando a música “Shallow” –
inclusive na cerimônia de premiação do Oscar. Mas isso foi até a cantora Paula
Fernandes lançar com Luan Santana a versão brasileira da canção…e virar
piada.
É que a música “Juntos”, em um trecho do refrão, diz “juntos e shallow now”; e essa inusitada mistura de inglês e português (e que não faz o menor sentido) fez a música virar meme nas redes sociais. Aproveitando a visibilidade do assunto, algumas marcas pegaram carona na repercussão para conquistar novos clientes.
A Uber foi uma delas. O app de
transporte de passageiros transformou o nome da categoria “Juntos” (serviço em
que até quatro pessoas dividem o mesmo carro durante a corrida) em “Juntos e
Shallow Now”. Além da mudança temporária no nome do serviço, a Uber também vai
dar 25% de desconto na corrida para quem utilizar o código SHALLOWNOW.
As redes de fast-food Subway, Burger
King, McDonald’s e Giraffa’s e até mesmo Globo Rural entraram na brincadeira.
Fonte: Reprodução
“Juntos e Shallow Now” não é um caso
isolado. Em tempos de redes sociais, não são raros os exemplos de marcas que
entram na onda do meme que está na moda e fazem ações inusitadas. Além de
frases engraçadas e músicas, seriados e filmes também viram meme e campanhas
nas mãos de algumas marcas.
A marca Johnnie Walker, por exemplo,
lançou o White Walker by Johnnie Walker, uísque criado para celebrar a última
temporada de Game of Thrones, em parceria com a HBO.
Considerado o maior festival de música e entretenimento do mundo, o Rock in Rio usou a série La Casa de Papel para brincar com o desejo dos participantes pelos ingressos, a ponto de tentarem roubar um cofre contendo os Rock in Rio Cards.
Estevão Rizzo
“As empresas que aproveitaram o caso
do ‘shallow now’ estão fazendo o que a gente chama de Real Time Marketing (RTM)
ou, traduzido para o português, marketing em tempo real. As campanhas mais
trabalhadas sobre os seriados são exemplo de ‘newsjacking’, que é quando as
marcas ‘sequestram’ uma notícia, um fato, e se apropriam dele para criar suas
campanhas”, explica Estevão Rizzo, especialista em Marketing Digital da 8020
MKT.
Você deve estar pensando: mas essas
são grandes marcas que têm condições de investir dinheiro pesado nisso.
Para Estevão, mais importante que o
tamanho da empresa, é a relação dessa empresa com a cultura web. “É preciso
avaliar se o universo semiótico da sua marca te permite entrar na brincadeira,
se a linguagem é a mesma e se o seu público, que vai receber aquela mensagem,
vai entender e se identificar. Compartilhar meme por compartilhar, só pra
ganhar like, não gera benefício para a marca. É preciso transmitir alguma
mensagem que tenha a ver com seu produto ou serviço para criar uma ligação
emocional com o público. Marcas não vivem de likes, vivem de relacionamento e
das vendas que surgem desse relacionamento”, defende.
Como tudo na vida, essa situação
também tem o outro lado da moeda e Estevão faz um alerta: é preciso entender
qual o contexto da brincadeira, do meme, que, às vezes, é passado como piada,
mas tem uma mensagem racista ou preconceituosa com alguma minoria. Reforçar
esse tipo de discurso pode causar grandes prejuízos para a marca, que ainda
pode passar a ser vista como uma marca burra e/ou aproveitadora.
Pequenos negócios podem se arriscar
no meme?
Reforçando as palavras de Rizzo, o analista técnico do Sebrae/MS, André Coelho, afirma que as micros e pequenas empresas (que geralmente não possuem um setor de marketing estruturado, nem muita verba) podem utilizar a estratégia e aproveitar temas/memes em destaque para divulgar os produtos/serviços da empresa e contribuir para gerar engajamento e aproximação com os clientes, se tomarem alguns cuidados.
André Coelho
“Cada empresa tem uma realidade
diferente e, para saber se vale a pena utilizar esta estratégia, precisa
avaliar o posicionamento da marca no mercado, linha de conteúdo da empresa nas
redes sociais e, principalmente, os clientes da empresa”, afirma.
Na prática, e de forma resumida, é
preciso observar alguns pontos importantes:
– Antes de utilizar a estratégia,
analise aspectos importantes da empresa, como tipo de clientes; posicionamento
da empresa; produtos e serviços; o conteúdo precisa criar uma relação a um
atributo/serviço/produto da empresa;
– Determine um objetivo da ação:
exemplo: vender produto/serviço; branding ou gerar engajamento nas redes
sociais, por exemplo.
– Seja rápido. Use os memes mais
recentes e que estão bombando nos últimos dias para não ficar “over”, atrasado
e perder a timing e o buzz do meme;
– Monitorar de perto as interações
no conteúdo publicado pela empresa; avalie resultados como engajamento, alcance
e, é claro, vendas!
Mas como saber se o conteúdo vai
bombar mesmo ou ser um fiasco?
Com a velocidade e particularidades
da internet, é difícil ter 100% de certeza se algum conteúdo vai “bombar” ou
não. É preciso sempre organizar e planejar os conteúdos que vão ser publicados
de acordo com o objetivo que se quer alcançar em cada um deles.
“A linha tênue entre ser um sucesso
ou fracasso é o cliente que vai mostrar a cada publicação feita pela empresa.
Este é o grande lance da rede social: os clientes mostram na hora se gostam ou
não. E as empresas que têm sucesso nas redes sociais e internet, são as que
sabem ler, lidar e aproveitar isso. Quer saber se vai dar certo? Teste e veja
os resultados. Mas com o cuidado em escolher o meme/conteúdo alinhado com o
objeto e posicionamento da empresa no mercado”, finaliza André.
Cartaz do Filme – Reprodução
Desde que o filme “Nasce uma
Estrela” estreou nos cinemas brasileiros, em outubro de 2018, nada ganhou tanta
repercussão no showbusiness como a estreia da cantora Lady Gaga nas telonas
e sua parceria com o ator Bradley Cooper cantando a música “Shallow” –
inclusive na cerimônia de premiação do Oscar. Mas isso foi até a cantora Paula
Fernandes lançar com Luan Santana a versão brasileira da canção…e virar
piada.
É que a música “Juntos”, em um trecho do refrão, diz “juntos e shallow now”; e essa inusitada mistura de inglês e português (e que não faz o menor sentido) fez a música virar meme nas redes sociais. Aproveitando a visibilidade do assunto, algumas marcas pegaram carona na repercussão para conquistar novos clientes.
A Uber foi uma delas. O app de
transporte de passageiros transformou o nome da categoria “Juntos” (serviço em
que até quatro pessoas dividem o mesmo carro durante a corrida) em “Juntos e
Shallow Now”. Além da mudança temporária no nome do serviço, a Uber também vai
dar 25% de desconto na corrida para quem utilizar o código SHALLOWNOW.
As redes de fast-food Subway, Burger
King, McDonald’s e Giraffa’s e até mesmo Globo Rural entraram na brincadeira.
Fonte: Reprodução
“Juntos e Shallow Now” não é um caso
isolado. Em tempos de redes sociais, não são raros os exemplos de marcas que
entram na onda do meme que está na moda e fazem ações inusitadas. Além de
frases engraçadas e músicas, seriados e filmes também viram meme e campanhas
nas mãos de algumas marcas.
A marca Johnnie Walker, por exemplo,
lançou o White Walker by Johnnie Walker, uísque criado para celebrar a última
temporada de Game of Thrones, em parceria com a HBO.
Considerado o maior festival de música e entretenimento do mundo, o Rock in Rio usou a série La Casa de Papel para brincar com o desejo dos participantes pelos ingressos, a ponto de tentarem roubar um cofre contendo os Rock in Rio Cards.
Estevão Rizzo
“As empresas que aproveitaram o caso
do ‘shallow now’ estão fazendo o que a gente chama de Real Time Marketing (RTM)
ou, traduzido para o português, marketing em tempo real. As campanhas mais
trabalhadas sobre os seriados são exemplo de ‘newsjacking’, que é quando as
marcas ‘sequestram’ uma notícia, um fato, e se apropriam dele para criar suas
campanhas”, explica Estevão Rizzo, especialista em Marketing Digital da 8020
MKT.
Você deve estar pensando: mas essas
são grandes marcas que têm condições de investir dinheiro pesado nisso.
Para Estevão, mais importante que o
tamanho da empresa, é a relação dessa empresa com a cultura web. “É preciso
avaliar se o universo semiótico da sua marca te permite entrar na brincadeira,
se a linguagem é a mesma e se o seu público, que vai receber aquela mensagem,
vai entender e se identificar. Compartilhar meme por compartilhar, só pra
ganhar like, não gera benefício para a marca. É preciso transmitir alguma
mensagem que tenha a ver com seu produto ou serviço para criar uma ligação
emocional com o público. Marcas não vivem de likes, vivem de relacionamento e
das vendas que surgem desse relacionamento”, defende.
Como tudo na vida, essa situação
também tem o outro lado da moeda e Estevão faz um alerta: é preciso entender
qual o contexto da brincadeira, do meme, que, às vezes, é passado como piada,
mas tem uma mensagem racista ou preconceituosa com alguma minoria. Reforçar
esse tipo de discurso pode causar grandes prejuízos para a marca, que ainda
pode passar a ser vista como uma marca burra e/ou aproveitadora.
Pequenos negócios podem se arriscar
no meme?
Reforçando as palavras de Rizzo, o analista técnico do Sebrae/MS, André Coelho, afirma que as micros e pequenas empresas (que geralmente não possuem um setor de marketing estruturado, nem muita verba) podem utilizar a estratégia e aproveitar temas/memes em destaque para divulgar os produtos/serviços da empresa e contribuir para gerar engajamento e aproximação com os clientes, se tomarem alguns cuidados.
André Coelho
“Cada empresa tem uma realidade
diferente e, para saber se vale a pena utilizar esta estratégia, precisa
avaliar o posicionamento da marca no mercado, linha de conteúdo da empresa nas
redes sociais e, principalmente, os clientes da empresa”, afirma.
Na prática, e de forma resumida, é
preciso observar alguns pontos importantes:
– Antes de utilizar a estratégia,
analise aspectos importantes da empresa, como tipo de clientes; posicionamento
da empresa; produtos e serviços; o conteúdo precisa criar uma relação a um
atributo/serviço/produto da empresa;
– Determine um objetivo da ação:
exemplo: vender produto/serviço; branding ou gerar engajamento nas redes
sociais, por exemplo.
– Seja rápido. Use os memes mais
recentes e que estão bombando nos últimos dias para não ficar “over”, atrasado
e perder a timing e o buzz do meme;
– Monitorar de perto as interações
no conteúdo publicado pela empresa; avalie resultados como engajamento, alcance
e, é claro, vendas!
Mas como saber se o conteúdo vai
bombar mesmo ou ser um fiasco?
Com a velocidade e particularidades
da internet, é difícil ter 100% de certeza se algum conteúdo vai “bombar” ou
não. É preciso sempre organizar e planejar os conteúdos que vão ser publicados
de acordo com o objetivo que se quer alcançar em cada um deles.
“A linha tênue entre ser um sucesso
ou fracasso é o cliente que vai mostrar a cada publicação feita pela empresa.
Este é o grande lance da rede social: os clientes mostram na hora se gostam ou
não. E as empresas que têm sucesso nas redes sociais e internet, são as que
sabem ler, lidar e aproveitar isso. Quer saber se vai dar certo? Teste e veja
os resultados. Mas com o cuidado em escolher o meme/conteúdo alinhado com o
objeto e posicionamento da empresa no mercado”, finaliza André.