Com infinitas estratégias possíveis, esta consagrada data do varejo brasileiro é um momento imperdível para você promover sua marca, mesmo sendo um pequeno negócio frente aos gigantes do mercado.
A Black Friday, ou “sexta-feira negra”, foi criada pelo varejo físico dos Estados Unidos para limpar os estoques que sobravam das promoções de verão, logo depois do Thanksgiving Day, o tradicional dia de ação de graças dos norte-americanos – na quarta quinta-feira de novembro. Ideia fácil de ser reproduzida em qualquer lugar onde há a cultura dos presentes no Natal, a data tomou conta do varejo brasileiro há cerca de quatro anos.
Apesar da perda de credibilidade por parte de algumas marcas com a “black fraude”, os 50% de desconto sobre o dobro do valor normal dos produtos, o evento se fortaleceu rapidamente e entrou definitivamente no calendário de compras dos brasileiros. Hoje o consumidor já espera a data (em 2016, será no dia 25 de novembro) para aproveitar as barganhas, principalmente os descontos agressivos oferecidos pelos grandes e-commerces.
Mas só os grandes sites de vendas ou redes de magazines podem aproveitar esta festa do varejo? E quem tem um pequeno negócio de produtos ou serviços, tem alguma chance de usar o momento para promover sua marca frente aos gigantes do mercado? “Na minha opinião, todo comerciante deve participar do evento, independentemente do tamanho da empresa”, enfatiza o consultor de Marketing do Sebrae, Josué Sanches.
“Os pequenos negócios têm muita dificuldade em serem ouvidos, em gerar novidades e diferenciais competitivos. Como a Black Friday é um evento global e aguardado o ano todo, automaticamente você se coloca em condições de competição ao participar, mostrando sua cara no mercado e impulsionando sua marca”, acrescenta o consultor.
“‘Mas seu eu fizer uma promoção com 40% de desconto, não fecho minha conta, pois é maior do que a minha margem de lucro’, você poderá dizer. O importante neste caso não é ganhar mais dinheiro, mas limpar o estoque”, destaca o administrador e empresário Kenneth Corrêa, especialista em estratégias de venda. “É uma vantagem operacional e não de lucro na venda. Mais importante do que isso: este é o momento de falar com seu cliente”, complementa.
Estratégias variadas para a Black Friday
No mundo dos pequenos negócios, a Black Friday permite uma imensa diversidade de estratégias, dependendo dos objetivos da empresa. De acordo com o estudante de Administração e empresário Matheus Maia Palhano, 21 anos, este é o momento de maior lucro no ano para a BF///MS, e-commerce de bonés e outros produtos com a temática 4×4, graças a promoções honestas, impulsionadas por campanhas agressivas nas redes sociais.
“Colocamos os produtos com maior estoque em valores bem abaixo do normal e mostramos com destaque no site os produtos que já vendem bastante, e estes acabam saindo junto nas compras dos produtos em promoção”, relata Matheus, para quem o evento é uma oportunidade imperdível para melhorar o posicionamento da marca como empresa que traz vantagens reais para o consumidor. “Não participar ou participar de forma enganosa é prejuízo certo”, acrescenta.
Já a fábrica Dale Sorvetes, de Campo Grande, aderiu à Black Friday pela primeira vez em 2015, oferecendo 50% de desconto em sorvetes e picolés diretamente da fábrica, o que esgotou rapidamente os produtos destinados à promoção. “Não tivemos lucro, pois sacrificamos toda a nossa margem. Mas como somos fabricantes, também não tivemos prejuízo. O objetivo era divulgar a marca”, explica o gerente comercial Adão de Andrade Nogueira, 46 anos.
Na avaliação do gerente, participar do evento é um investimento de baixo custo em publicidade, que só é viável com planejamento muito antecipado e ação coordenada em todos os setores da empresa. “O comerciante que tem 20 ou 30% de margem de lucro não poderá oferecer 50% de desconto, mas um percentual mais modesto, que não ofenda os custos básicos do negócio. Ainda assim será vantajoso, porque é um investimento na marca”, afirma.
Para saber mais, confira essas 10 dicas para se preparar para a Black Friday e, na dúvida, procure o Sebrae.