Surge no Brasil uma nova geração de empreendedores focados nas oportunidades reais, nos segmentos mais promissores, e com os pés no chão, fruto das experiências organizacionais. Diante da crise global, muita gente perdeu o emprego, e sem perspectiva de arranjar outro, parte para abrir seu próprio negócio. O Fundo de Garantia, mais o dinheiro da recisão de contrato, somam um bom capital inicial, suficiente para iniciar seu próprio negócio. Após a crise financeira americana de 2008, cresce em 60% (fonte: revista VEJA, 10 de junho de 2009), o número de brasileiros que investem seus recursos na abertura de empreendimentos novos.
O que mudou?
Os novos empreendedores não se lançam mais na aventura, aumentando a informalidade do país. Agora, esses novos empreendedores, muitos graduados em curso de nível superior, com idade média de 45 anos, mais da metade tem MBA ou mestrado. Começam seu novo negócio com investimento em média de 150.000,00 reais, e com percentual zero de informalidade. Isso é bom para a economia, para a geração de emprego e renda, bom para o governo que arrecada mais impostos. O melhor de tudo isso: é que esses novos empreendedores não têm o perfil aventureiro, não fazem vôo cego, mas buscam a consultoria de especialistas antes de inciar o seu novo projeto de vida. Mesmo potencializando as experiências de empregos anteriores, esses novos empreendedores procuram estudar as tendências de mercado, focados nos segmentos mais promissores como : alimentação, entretenimento, beleza e estética, educação e saúde.
Uma outra aposta positiva dos novos empreendedores brasileiros é o da inovação. Às vezes custa caro, mas compensa pelo retorno do investimento, criando vantagem competitiva nos momentos de crise. Os cuidados necessários para abertura de um novo negócio, revelam uma nova realidade, que ajudam a reduzir o alto índice de mortalidade das empresas nascentes. Os novos empreendedores brasileiros, resultados da crise global, estão buscando uma demanda real da economia, demonstram coragem, ousadia e muito pragmatismo. Não é nada fácil começar um novo negócio no Brasil, quando você leva em média até 152 dias para registrar uma empresa. Com até 18 procedimentos burocráticos, uma carga pesada de impostos, em torno de 52% em relação ao lucro. O Brasil se posiciona como o 13º país mais empreendedor do mundo, mas que ainda faz muito pouco no quesito da inovação.
Quais são os maiores erros praticados pelos empreendedores inciantes?
Prejuízos desnecessários, causados pelos atrasos nos processos de licença ambiental, alvará de funcionamento, impostos e taxas, além dos procedimentos exigidos para abertura da empresa.
Preço e Ponto de Venda.
Não define corretamente o preço do produto e nem escolhe adequadamente a localização de seu negócio. O fracasso ou o sucesso do negócio depende, na maioria das vezes da falta de política de preços, ou então quem determina o preço é a contabilidade, quando na verdade preço é assunto de mercado, de planejamento financeiro.
Fluxo de caixa.
Os empreendedores iniciantes se lançam no mercado quase totalmente descapitalizados. Às vezes gastam as reservas na construção do empreendimento, investem no imobilizado, e ficam sem capital para começar o novo negocio. Às vezes podem obter financiamentos que não conseguem pagar e acabam obrigados a usar seus lucros para saldar as dívidas. Capital de Giro e Fluxo de Caixa positivo são dois elementos essenciais da gestão financeira para definir a sobrevivência e a sustentabilidade do negócio.
Comprar e vender.
Todo empreendedor de negócios precisa saber comprar bem para efetuar uma venda excelente. A maioria dos empreendedores iniciantes fracassam no momento de escolher o que comprar. Não ficam de olho no mercado, não estudam as novas tendências, e deixam escapar as melhores oportunidades. Não planejam as vendas, não acreditam que isso é importante, pois alegam que estão preocupados mesmo é com os problemas diários, e que não tem tempo suficiente para planejar e antecipar o futuro.
Sócios e a equipe de trabalho.
A chance de sobrevivência de muitos empreendedores depende da escolha certa do sócio. Se você é muito bom em vendas, mas é fraco no quesito financeiro, o ideal é encontrar um sócio que seja especialista na área financeira, no controle do caixa, controle de estoque, no contas a pagar e a receber, enfim, um bom planejador financeiro. Muitos negócios não sobrevivem por causa das disputas, desavenças entre os sócios. Saber trabalhar em equipe, também leva ao sucesso, quando todos possuem objetivos comuns, ou seja; colaboradores, gerentes, diretores, trabalhando em perfeita sintonia com a missão da organização.
Texto: Rosival Fagundes (Sebrae-BA)
Email: contato@rosivalfagundes.com.br