Uma das profissões mais prestigiadas desde o Antigo Egito, os serviços de beleza oferecidos por cabeleireiros e cabeleireiras já foram exclusividade das mulheres mais ricas da corte francesa no século XVII. De lá pra cá muita coisa mudou. A tecnologia avançou e o segmento de Beleza é um dos mais promissores da economia.
O Brasil ocupa a terceira posição do ranking de maiores mercados consumidores, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Em meio a um ambiente de negócios variados, os profissionais precisam inovar para conquistar e fidelizar clientes.
É hora de exclusividade
Depois de 10 anos em um emprego que não lhe trazia felicidade, Katiane da Rocha pediu uma ajudinha divina para mudar de vida. “Comecei a pedir que Deus me mostrasse um caminho. Eu nunca havia trabalhado com cabelos, mas como eu havia passado pela transição capilar e sabia o quão difícil era, senti que poderia ajudar outras mulheres a se aceitarem”, conta.
Desde setembro de 2017, o Morena Cachos e Crespos investe em um nicho ainda pouco explorado em Campo Grande, segundo Katiane. “É difícil encontrar pessoas especializadas nesse tipo de cabelo por aqui. Os salões convencionais não investem muito, pois o retorno financeiro é pouco se comparado com os processos com química, alisamentos”, afirma.
Apesar de já ter experiência e vários cursos no currículo, Katiane ainda sente dificuldades em conquistar clientes, pois acredita que as cacheadas têm receio dos profissionais. “Por experiências ruins em salões convencionais elas não confiam muito. O que eu faço é mostrar os resultados para conquistar e trazer para o salão”, conta.
Entre cores e cachos
Os cacheados também são a paixão de Paula Garde. A jovem começou a cortar cabelos de graça há um ano, se especializou e hoje atende no espaço colaborativo Casa Nuvem. “Esse é um segmento que está crescendo. É muito legal ver a diferença que dá um bom corte em um cabelo cacheado. No curso que eu fiz aqui eu não aprendi a trabalhar com os cabelos cacheados, era uma mentalidade de ‘tem que alisar o cabelo’ e eu fui pelo caminho contrário” diz.
Paula também prefere trabalhar com outro segmento de coloração, que são conhecidas como “cores fantasia”. O serviço é focado nas pessoas que querem sair do convencional e pintar suas madeixas de rosa, azul, roxo, verde, entre outras, já que a profissional não tem o costume de enloirecer as clientes. “Nós não somos um salão padrão. Quem quiser o cabelo branco vai ter, quem quiser o cabelo enrolado vai ter também. Queremos que as pessoas se sintam bem com elas mesmas e é isso que atrai as nossas clientes”, completa.
Mundo Ruivo
Cores também são a paixão de Diógenes Pivatto. Cabeleireiro há 15 anos, é especialista em colorimetria, mas há 5 anos se apaixonou por uma cor específica: o vermelho e todos os seus tons de ruivo. Em um estúdio em casa, Diógenes encanta suas clientes com cores exclusivas desenvolvidas para cada uma.
“Muitas mulheres têm o desejo de ser ruiva, mas têm receio porque é muito fácil algo dar errado. O cabelo pode manchar, pode não ficar no tom ideal para a pele dela, desbotar, então tem que procurar um profissional especialista, que entenda do que está fazendo”, recomenda.
Um outro diferencial do profissional que atrai as clientes é o atendimento personalizado.
“Parei de atender em grandes salões porque vi que perderam a essência do cuidado. Virou um negócio financeiro apenas. Cuidar das pessoas é de uma responsabilidade muito grande e a nossa profissão é muito emocional, não é apenas execução. Tem que dedicar tempo, dedicar energia, e, acima de tudo, dedicar amor àquilo que faz”, finaliza.