Inovação é a palavra – e a prática – que move o mundo. Cada vez mais, se faz necessário criar ambientes favoráveis ao desenvolvimento científico e tecnológico como forma de incentivar a inovação no país.
Se você tem uma boa ideia, mas não tem recursos para desenvolvê-la, esse texto é para você. Se você é empresário e quer incentivar a inovação e ter vantagens com isso, também.
Poucas pessoas sabem, mas a Lei nº 10.973, sancionada em 2014 e conhecida como Lei de Inovação, reúne diversas medidas que têm o objetivo de aumentar a agilidade na transferência de tecnologias geradas no ambiente acadêmico, promovendo a realização de parcerias estratégicas para pesquisa, a criação de habitats de inovação como incubadoras e parques tecnológicos, além de prever a criação de mecanismos de apoio financeiro.
São várias as soluções e possibilidades, mas que só geram resultados se forem utilizadas continuamente para alavancar o esforço em atividades de inovação tecnológica e realizar parcerias com universidades, startups e centros de pesquisa.
De acordo com Luiz Fernando Gimenes, administrador, mestre em desenvolvimento local e co-fundador do CoCriativo Coworking – Inovação e Tecnologia, uma das grandes dificuldades do processo está justamente aí: na falta de demanda.
“O empreendedor brasileiro é bem tradicional, não vê a inovação como solução, então não investe e nem vai atrás para saber como funciona.
O dono da MPE vê o que é mais palpável: se o relatório apontar que as vendas caíram, ele vai procurar uma consultoria relacionada a vendas ou atendimento; se o relatório financeiro apontar que não está sobrando dinheiro como deveria, ele vai procurar algum suporte com relação à formação de preço. Ele não pensa que se investir em inovação ele consegue reduzir o custo, ter valor agregado, entre outras vantagens. Ainda é preciso mostrar as vantagens da inovação para criar a cultura de inovação em nosso estado”, explica.
A segunda grande dificuldade, de acordo com Luiz Fernando, está na outra ponta do processo: na prestação de contas. É que algumas pessoas até arriscam escrever projetos e conseguem captar recursos, mas acabam se perdendo na hora de mostrar como e com o que o dinheiro foi gasto.
“As pessoas têm condições de ir atrás sozinhas, hoje em dia existem muitos tutoriais na internet e as plataformas também estão mais simplificadas, mas não desviar a finalidade da verba continua sendo o desafio”, afirma.
Mecanismos de incentivo
Voltando a falar dos mecanismos de incentivos, eles podem ser divididos em dois tipos:
De apoio indireto: representado pelos incentivos fiscais, com a redução da carga tributária da pessoa jurídica. Os principais mecanismos vigentes dessa modalidade são, a Lei do Bem e o Rota2030.
De apoio direto: representado pelos incentivos financeiros, caracterizados pelos financiamentos e empréstimos realizados pelos agentes governamentais. Exemplos desses programas são o EMBRAPII e edital Sesi Senai de Inovação.
“O objetivo do Edital de Inovação para a Indústria é facilitar o acesso das empresas não só aos recursos, mas também a toda a infraestrutura existente, por meios dos Institutos Senai de Inovação e dos Institutos Senai de Tecnologia, para desenvolver os projetos. Então, além do recurso empregado para a pesquisa, existe a participação do corpo técnico do Senai e as estruturas em termos de laboratórios, com equipamentos modernos e as parcerias internacionais”, explica Carlos Eduardo Cordeiro, analista do NIT (Núcleo de Inovação e Tecnologia) do Senai MS.
Onde encontrar
As oportunidades são muitas e, para saber onde encontrar os editais, você pode procurar diretamente nos sites das empresas, de acordo com suas áreas de atuação e interesse, como Fundação Ford e Petrobras, por exemplo. Existem ainda sites especializados que não só reúnem os editais em um único lugar como também promovem capacitação para captação de recursos, como a Associação Brasileira de Captadores de Recursos e Ekloos.