Empreendedorismo

17 julho, 2019 • Empreendedorismo

Histórias da fronteira: mudanças e recomeços com o empreendedorismo

Famosa por fazer divisa com a cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, Ponta Porã completa 107 anos de intenso e forte comércio dos mais variados setores e com grande concentração de lojas na fronteira, também chamada de linha internacional, que atrai turistas do Brasil inteiro à procura de preços baixos.

As opções vão desde supermercados, lojas de tecidos, móveis, eletrodomésticos e livrarias até restaurantes, além de turismo com passeios ecológicos com riachos, parques nacionais urbanos e museus.

De acordo com estudos do IPC Maps, em 2018, o município ocupou o quinto lugar com o maior índice de potencial de consumo do Estado, com estimativa de R$ 1,7 bilhão consumido. Com a economia voltada para o mundo dos negócios, os empreendedores da região cresceram e crescem construindo a história da cidade.

Crescendo na fronteira

É o caso da empreendedora Marta Biolchi. Descendente de Paraguaios, ela e sua família abriram, em janeiro de 1992, o restaurante H-zão. O objetivo era simples: se tornar ponto de encontro dos jovens, já que, naquela época, não existia um empreendimento para esse público.

No começo, tiveram dificuldade por não terem capital de giro, mas o Sebrae/MS deu suporte com cursos, capacitações e consultorias para que o empreendimento se desenvolvesse e continuasse a fazer história na cidade. Atualmente, Marta conta que a dificuldade está na economia do país.

“O mercado agora está complicado e fraco por causa da alta do dólar. Aquece um pouco por causa dos alunos de Medicina das universidades da fronteira, que são muitos. Mas com os investimentos que estão fazendo no lado Paraguaio, com a Ley de Maquila, o lado brasileiro vai ficar aquecido e movimentar a economia novamente”, explica Marta.

Mudanças que geram novas histórias

O casal de empreendedores, Anderson e Bia Bordão, já morou em Campo Grande e São Paulo, mas desde 2008 reside em Ponta Porã. O motivo da mudança é que eles fizeram uma pesquisa de campo, viram uma possibilidade de mercado e decidiram construir o Herval Park Hotel.

Inaugurado em abril de 2010, o Hotel nasceu com o propósito de oferecer um novo conceito em hospitalidade e sanar a carência do serviço na região da fronteira. Com apenas um ano de inauguração, o casal precisou expandir o estabelecimento.

“O Herval foi inaugurado em uma época de forte fluxo de turistas na região. Como o dólar encontrava-se na faixa de R$ 1,60 e a economia brasileira estava em forte crescimento, assim que aberto, já viu sua capacidade sendo esgotada. Com o projeto de ampliação em análise, em 2014 iniciamos a ampliação da capacidade instalada em 300%, vindo a ser reaberto em fevereiro de 2016”, relata Anderson.

O restaurante

Com a ampliação do Hotel, viram a necessidade de abrir o restaurante Del’Toro, anexo para atender os clientes. “O Del’Toro foi aberto em um momento mais desafiador da economia, mas em um momento estável para o hotel. A partir do final de 2018, o Del’Toro tornou-se mais independente, passando a receber aproximadamente 70% de sua clientela de pessoas que não estão hospedadas no hotel”, comenta Bia.

Em todo o processo, os empreendedores contaram com a ajuda do Sebrae/MS, desde a abertura com o projeto “Nascer Bem” até consultorias mais específicas na área de atendimento de recepção, garçons, gestão, finanças, criação e inovação.

“O Sebrae é um parceiro permanente de ambos os negócios, nos auxiliando desde o começo. Sem dúvida, um parceiro que torna mais possível alcançar o padrão de qualidade que entregamos diariamente”, finaliza Bia.

Cantinho de recomeços

Do interior do Mato Grosso diretamente para Ponta Porã. Essa é a trajetória da empreendedora Mercês Rocha, que decidiu recomeçar a vida em 2011, quando mudou-se para o município com a intenção de abrir o seu restaurante, Cantinho do Paladar, anexo ao hotel Porta do Sol.

Iniciou com um espaço pequeno para atender 55 pessoas e agora tem capacidade para até 130. Com menos de um ano de ampliação do espaço, ela conta que o seu faturamento dobrou. Mas relembra com carinho que o crescimento do negócio foi gradativo, assim como a experiência como empreendedora.

“Eu não tinha conhecimento na área, mas fui crescendo gradativamente, sempre com o auxílio do Sebrae para abrir minha mente. Eu precisei de um ano e meio para me estabelecer no começo e agora está tudo organizado”, finaliza Mercês.

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