No fim do ano passado, um grupo de empresários de Rio Verde e Coxim, ligados à cadeia produtiva da cerâmica, conseguiu desconto próximo aos 40% na compra de equipamentos de proteção individual (EPIs). Em fevereiro, empresários do setor de alimentação de Campo Grande deverão fazer boa economia na aquisição de matérias-primas. Em comum, essas experiências se desenvolvem a partir de uma forma de associativismo, que torna as micro e pequenas empresas mais competitivas: as centrais de negócios.
Diferentemente das centrais de compras, as de negócios não estão restritas à aquisição de produtos, conforme salienta Carlos Alberto Santos do Valle, técnico da unidade de acesso a mercado, do Sebrae/MS. De acordo com ele, “a ferramenta proporciona a grupos de empresários de um mesmo setor, melhorias financeiras, através de ações conjuntas, como compra, venda, marketing, serviços entre outros”.
A metodologia foi aprimorada no ano passado pelo Sebrae Nacional, informa Santos do Valle. Nessa nova fase, há quatro grupos de empresários dando os primeiros passos no uso da ferramenta em Mato Grosso do Sul: o Arranjo Produtivo Local (APL) Cerâmico Terra Cozida do Pantanal, em Rio Verde; a Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel/MS) em parceria com a Rede MS de Supermercados; o Centro Comercial Popular Marcelo Barbosa Fonseca (Camelódromo); e a Feira Central de Campo Grande.
Economia
Dos grupos que inauguram o uso da metodologia, após sua reformulação, o APL cerâmico Terra Cozida do Pantanal é o mais adiantado. Os empresários da associação já sentiram no bolso o impacto positivo do maior poder de compra. Economizaram 38% na aquisição de EPIs. A economia resultou da diferença entre o maior montante apresentado pelos fornecedores (R$ 21,43 mil) e o valor final da compra (R$ 13,13 mil), informa a gestora do projeto, Luzicarla Souza Softov.
Ela conta que a decisão pelo produto foi coletiva e visou atender às prioridades dos empresários. Por enquanto, o grupo permanecerá realizando compras, mas já começa a ampliar a relação de itens a serem adquiridos. “Vamos por etapa”, disse o empresário Deoclides da Silva, presidente da Comissão de APL. Segundo ele, vendas, marketing e outras ações conjuntas possíveis pelas centrais de negócios não estão descartadas, mas não serão realizadas por enquanto.
Iniciar as ações pela aquisição de produtos é comum no processo de criação das centrais de negócios. “O primeiro passo é sempre a compra, porque, dessa forma, os empresários conseguem visualizar mais rápido os resultados”, explica Santos do Valle.
O processo
Por sua natureza, as centrais de negócios nascem de grupos empresariais já constituídos em algum tipo de associativismo. Esses grupos são assessorados entre um e dois anos.
Nesse período, o Sebrae auxilia nas definições de prioridades de itens a serem comprados e nas ações como um todo, como também no processo de formalização para que a central tenha personalidade jurídica.
Algumas ações:
- Compra conjunta;
- Planejamento de ações de venda;
- Acesso diferenciado à mídia;
- Plano de marketing conjunto;
- Melhores condições para linhas de crédito.
Algumas vantagens:
- Maior poder de compra;
- Partilha de riscos e custos;
- Oferta de produtos com qualidade superior;
- Divisão de despesas com publicidade.
Jornal Conexão Sebrae – Ed. 68