Uma fábrica de espumantes, a Cereser, revolucionou o design dos rótulos de suas garrafas e, com isso, conseguiu aumentos contínuos de 25% nas vendas. Com as vendas estagnadas, a empresa encomendou uma pesquisa e descobriu que a bebida era utilizada em comemorações e que deveria ter “aparência de champanhe de novela”, com rótulo sofisticado e papel alumínio dourado. A empresa ouviu as sugestões e viu seu lucro disparar.
Outra indústria, a Natubom, no Mato Grosso do Sul, renovou sua base de clientes apenas alterando o layout da apresentação de seus produtos. Além de mudar toda a sua identidade visual investiu na comunicação da empresa, sempre associada à vida saudável, já que comercializa mix de cereais.
Estes são dois exemplos do quão importante a embalagem é para que o negócio seja bem-sucedido.
De acordo com Fábio Mestriner, presidente da Associação Brasileira de Embalagem (Abre) e diretor da agência Packing, os invólucros ganharam ainda mais importância com a criação dos supermercados, na década de 50, onde os consumidores escolhiam produtos e marcas, sem a indicação de um vendedor. “A partir daí, o consumidor passou a comprar uma embalagem, pois os produtos são parecidos. Quem descobriu isso primeiro é líder até hoje”, afirma Fábio, que dá exemplos como o sabão em pó Omo, o iogurte Danone e a esponja de aço Bombril, cujos rótulos tornaram-se ícones e representam os produtos no inconsciente coletivo.
Para Mestriner, quando algo tem forte apelo regional, como é o caso do Tereré, no Mato Grosso do Sul, elementos de design e detalhes da embalagem devem ter ítens da cultura local. “Cabe aí um estudo sobre o público-alvo que vai consumir. Se ele é destinado ao público local, a imagem deve falar a língua do consumidor”, disse.
Para ele, a embalagem é um ícone de consumo e fator crucial na decisão de compra. “De acordo com pesquisa da Abre, o cliente não compra escolhendo preço, mas valor agregado à marca ou ao produto. Daí a importância da embalagem que, segundo os próprios consumidores, é um fator relevante”, comenta Mestriner.
O setor deve ter novidades que vão além dos rótulos. “Caixas no lugar de sacos, novas facas de corte para impressão e embalagens lúdicas são exemplos de inovação. O leite Moça, da Nestlé, estava no mercado desde 1921 e era líder. Eu trabalhava na empresa fornecedora de embalagens e resolvemos criar uma lata com as curvas de uma moça. A inovação aumentou ainda mais as vendas”, lembra o designer.
Laticínio incrementa as vendas com nova linha de embalagens.
Uma empresa de Mato Grosso do Sul conseguiu ótimos resultados com a criação de uma nova forma de apresentar seus produtos. O Laticínio Buritama, com sede em Nova Alvorada do Sul, alterou as embalagens da ricota e do queijo minas, com boa receptividade dos clientes.
“Trabalhamos mais com atacadistas, que receberam muito bem os nossos queijos com a nova apresentação. Ainda não fizemos um relatório final sobre o incremento nas vendas, mas acreditamos que fique entre 10% e 15%”, disse Matheus Piazzalunga, gerente da Buritama.
Segundo ele, a mudança da identidade visual das embalagens foi decidida após consultoria junto ao Sebrae/MS, através de programas de parceria, consultoria e design. “Aos poucos, vamos mudar todas as linha. Só não o fizemos porque havia estoque de embalagens antigas”, comenta Matheus. O queijo parmesão ralado já nasceu com a embalagem, criada no programa de consultoria, e foi bem aceito pelos atacadistas.
Conexão Sebrae/MS