O momento de exportar produtos é um passo muito importante para uma empresa, afinal, quando um negócio entra no mercado internacional, os lucros se expandem, a concorrência muda e o empreendimento alcança um novo patamar de oportunidades de negócios.
No entanto, para ser um exportador de sucesso, ter um produto de alta qualidade e com preço atrativo não é o bastante. É preciso passar por uma série de burocracias que, no primeiro momento, podem assustar devido ao risco de gerar problemas fiscais ou operacionais para a empresa. Neste post, conversamos com vários especialistas no assunto para te mostrar que não há o que temer quando sua empresa está pronta para conquistar novos mercados.
Quais os maiores medos dos empreendedores?
Como já comentamos, o medo da burocracia envolvida no processo de exportação é um dos principais fatores que impedem os empresários de levarem seus produtos para o exterior. E de acordo com Antônio Carlos Dorsa, monitor extensionista da PEIEX (Programa de Qualificação para a Exportação), esse receio vem da desinformação.
“Primeiro há a falta de conhecimento e de informações sobre exportação, seus trâmites e a forma de prospectar em seu mercado externo ‘ideal’, onde encaixaria melhor seu produto. Em segundo lugar, falta entender os benefícios da exportação, a presença em novos mercados, a diversificação da carteira de clientes, a importância de se ter uma boa alternativa em tempos de crise, a ampliação de seus diferenciais competitivos, a diminuição da dependência do mercado interno, entre outros benefícios”, comenta.
Já Nathália Alves, coordenadora do Centro Internacional de Negócios do IEL (Instituto Euvaldo Lodi), destaca que superado o medo da burocracia, quando o empresário se envolve no processo de exportação, a grande quantidade de papéis exigidos pode se tornar um problema real.
“Providenciar os documentos que são necessários antes do embarque de um pedido, ou mesmo para liberação do mesmo é um ponto que merece atenção. Há os prazos para obtenção de alguns registros federais e/ou estaduais para autorizar a exportação ou importação de um determinado produto, e algumas licenças levam cerca de oito meses para serem obtidas”, observa.
Exportação não é exclusividade das grandes empresas
Segundo Antônio Carlos Dorsa, os pequenos empresários também podem (e devem) considerar a exportação como estratégia para alavancar seus negócios. “Empresas de qualquer tamanho que produzem produtos com valor agregado, ou seja, produtos que envolvam em seu processo de produção a sustentabilidade, a valorização da matéria-prima regional, entre outros fatores estão aptas à exportação”, explica.
Pretende exportar mas, não sabe por onde começar?
Existem soluções para as empresas que estão estudando a exportação. Um exemplo é o PEIEX (Programa de Qualificação para a Exportação), um programa que facilita o processo de exportação de produtos de forma segura e planejada.
Entre às exigências para participar da iniciativa estão: ter CNPJ ativo, ter produto exportável e ter condições de aumentar sua produção ou dedicar parte dela para atender clientes internacionais. Também precisa ter a possibilidade de adaptar seus produtos, caso os clientes internacionais solicitem, e tenha a perspectiva de iniciar suas exportações em até dois anos.
O atendimento oferecido pelo PEIEX consiste em uma mentoria de capacitação e, ao final do atendimento, a entrega de um plano de exportação para que a empresa possa iniciar os procedimentos por conta própria. Participando do programa, é possível ter acesso à rodadas de negócios e participar de feiras internacionais, onde as empresas podem divulgar seus produtos, conhecer compradores e futuros parceiros.
A FIEMS, por meio do Centro Internacional de Negócios do IEL (Instituto Euvaldo Lodi), também oferece consultorias, cursos, eventos e palestras para empresas que têm interesse em exportar.
“Na área de inteligência comercial, é feito o planejamento para atuação no mercado externo. Desenvolvemos estudos para identificarmos os mercados mais atrativos. Já na consultoria, preparamos a empresa para que esteja habilitada para realizar operações de comércio exterior no âmbito federal, estadual, além de preparamos toda a documentação jurídica e também cambial e comercial para a segurança das operações de comércio exterior”, explica Nathália Alves, coordenadora do Centro.
O serviço contempla também a emissão de documentos para que a exportação seja possível, como: certificado de origem, ATA Carnet, Declarações de certificados de Livre Venda, entre outros.
Case de sucesso
A Rio Pardo Proteína Vegetal, empresa de Sidrolândia, exporta o Farelo Concentrado Proteico (SPC) para o Chile, Equador, Inglaterra, Noruega, entre outros países desde novembro de 2017.
De acordo com o analista financeiro Eric Fernandes, a maior dificuldade encontrada no começo foi a burocracia. “Não é algo simples de se fazer, há cadastros Estaduais e Federais, há uma extensa lista de documentação que a gente teve que levantar”, explica.
O objetivo da Rio Pardo sempre foi o mercado internacional, pois, apesar de oferecer o SPC que não é um produto novo, o processo de extração desenvolvido pela empresa é inovador e isso é um fator que os diferencia da concorrência.
A Rio Pardo contou com o auxílio do CIN (Centro Internacional de Negócios) do IEL para conseguir a emissão do certificado de origem, que é a documentação que atesta a qualidade e origem do produto.