Negócio baseado em presentes criativos contou com auxílio do Sebrae para sair do estágio de ideia
O empreendedorismo muitas vezes se apresenta como uma janela para inúmeras oportunidades que nem sempre são cogitadas ao longo de nossa trajetória. Sair da zona de conforto, se tornar o próprio chefe e investir em um sonho são ações que exigem muito mais do que tempo e capital. Empreender é exercitar a paciência, a insistência, a força de vontade e, principalmente, a coragem.
Letícia Breda e seu marido Luan Borges se formaram em Direito em 2011, na mesma faculdade. Ela trabalhou com advocacia em alguns escritórios, mas ele nem chegou a exercer a profissão, pois sempre quis montar o próprio negócio. No entanto, precisava de ajuda. Foi aí que Letícia largou a profissão, saiu do escritório em que trabalhava e, juntos, começaram a planejar o que poderiam construir.
No início de 2013, o casal procurou a sede do Sebrae em Campo Grande para se capacitar e participou do ciclo de palestras Nascer Bem, já que nenhum dos dois possuía qualquer experiência com empreendedorismo. “Fizemos o Plano de Negócios porque nunca tínhamos trabalhado no comércio, a gente queria uma base para ter como se guiar, não sabíamos o que montar. Achei tudo muito válido, agregou conhecimento para a gente”, comenta Letícia. Segundo ela, abrir um empreendimento é sempre um risco; e por isso é importante buscar informação antes de investir.
Foi durante as capacitações do Nascer Bem que Letícia e o marido tiveram a ideia de montar uma loja de presentes criativos, se inspirando em outros empreendimentos. O casal percebeu que a capital sul-mato-grossense ainda contava com poucas iniciativas do tipo e foi até São Paulo na época para participar de uma feira dedicada ao ramo. “Lá, fizemos nosso primeiro contato com fornecedores, pegamos nomes, conhecemos o setor. Começamos assim e amadurecemos a ideia. Ficamos um ano só planejando e indo atrás de fornecedor”, relata Letícia.
Trocando os pontos
Enquanto o local terminava de ser construído, as mercadorias compradas chegaram e o casal guardou tudo na própria casa. Em agosto de 2013, montaram a loja Giftmania na Avenida Zahran. Após um ano de negócio, em 2014, Letícia resolveu abrir um quiosque de uma franquia do mesmo ramo em um dos shoppings da capital. Então começaram as complicações.
“Foi difícil conciliar as duas empresas porque o shopping exige tempo demais. Acabei deixando a Giftmania um pouco de lado, mas o quiosque não estava dando o retorno que eu imaginava; é um investimento muito alto”.
Letícia percebeu que a Giftmania tinha maior potencial de desenvolvimento; era uma criação própria, com marca e layout inteiramente desenvolvidos pelo casal. Os dois decidiram então fechar o quiosque em setembro de 2015. “Foi uma lição. Era muito cedo para investir tanto num local de custo alto”.
O problema era que o empreendimento próprio também não estava em seu melhor momento. “A localização anterior não era ideal, era muito escondida, em uma via muito rápida. As pessoas não tinham como estacionar e não conseguiam localizar a loja passando por ela”, explica Letícia.
Em novembro do mesmo ano, Letícia enfrentou o receio de mudar e reabriu a Giftmania em um local até então incomum para o comércio – no mesmo bairro (Jardim São Lourenço), em uma rua de grande fluxo (Marquês de Lavradio, 380), mas num ponto fora das principais avenidas. “Eu tinha medo de mudar porque seria como começar de novo, mas vi uma melhora absurda no movimento, consegui manter a minha clientela e inclusive aumentá-la. Até me arrependo de não ter mudado antes”.
Segundo Letícia, a localização, aliada à qualidade do produto e do atendimento, é essencial para um empreendimento ter sucesso. O bairro concentra cada vez mais uma constante movimentação de pessoas e famílias, o que torna a mudança positiva.
Um passo de cada vez
A Giftmania completou três anos de funcionamento no dia 06 de agosto de 2016. Atualmente, Letícia e mais uma funcionária gerenciam e trabalham na loja; seu marido Luan está investindo em outras áreas. Letícia quer fazer mais cursos e aperfeiçoar sua gestão. A comerciante afirma receber muitas propostas de pessoas que querem montar uma unidade do estabelecimento em outro local e pensa, no futuro, em abrir outra unidade sozinha ou em sociedade.
Letícia é um exemplo de como determinação e busca por conhecimento podem mudar a trajetória de uma pessoa. Aprender com os erros e utilizá-los para se aperfeiçoar é uma estratégia eficiente para se firmar como um empreendedor. Porém, assim como no caso de Letícia, começar do zero requer a ajuda de especialistas.
Nascer Bem
O ciclo de palestras Nascer Bem, que ajudou Letícia há três anos e, em 2016, já atendeu a outros 5.640 empreendedores na Capital de janeiro a julho, acontece uma vez por mês durante o ano todo e orienta os participantes a abrir, gerenciar e melhorar suas empresas. O projeto destina-se a potenciais empresários em busca de capacitação para abrir um novo empreendimento e microempresas com até dois anos de funcionamento que querem melhorar sua gestão.
Pesquisa divulgada pelo Sebrae/MS neste ano aponta que 90,2% dos participantes que passaram pela capacitação em 2014 afirmaram que a empresa ainda está em funcionamento. Apenas 5,2% encerraram as atividades e 4,7% decidiram não executar a ideia desenvolvida durante o projeto. Mais de 97% dos entrevistados avaliaram como positivas as palestras e cursos oferecidos.
Para participar do Nascer Bem, consultar horários e valores, tirar dúvidas e obter mais informações, procure o Sebrae mais próximo, ligue no 0800 570 0800 ou acesse o Portal de Atendimento da instituição. Tire do papel aquela ideia antiga e concretize o sonho de se tornar empreendedor!
Por Larissa Moreti, sob supervisão de Bruno Navarros