Empreendedorismo

12 abril, 2019 • Empreendedorismo

Networking na prática: transformando vidas e negócios

O ano era 2012. O momento era de instabilidade econômica e, não diferente de outras empresas, o Grupo Liberdade de Comunicação, empresa de Campo Grande-MS, passava por dificuldades: não conseguia renovar contratos com anunciantes, nem fechar com novos clientes.

“Ouvi 10 ‘nãos’ em apenas um dia”, relembra Washington Sanches, jornalista e diretor do Grupo. Empresário há mais de 20 anos, percebeu que precisava fazer alguma coisa para mudar.

“Todo mundo reclamava que não estava vendendo e, por isso, não tinha dinheiro para anunciar. Decidi reunir esses empresários para que eles se conhecessem, fechassem negócios uns com os outros e indicassem uns aos outros”, conta.

O primeiro evento foi uma rodada de negócios para 30 empresas; e deu tão certo que os participantes pediram um novo evento. Washington topou o desafio, mas pediu para que cada participante levasse mais um empresário e, assim, o segundo evento aconteceu com 60 empresários. O terceiro foi para 85, o quarto para 150 e, pouco tempo depois, realizaram um evento para 400 empresários, prestigiado pelo governador de Mato Grosso do Sul na época mais três governadores paraguaios, além de todos os presidentes de entidades locais de classe, como CDL, ACICG, BPW e outras entidades de classe.

A ideia ganhou fôlego e se transformou na Rede Empresarial Amigos e Negócios, uma plataforma que reúne empresários em eventos como rodadas de negócios, palestras, seminários, feiras e exposições. Hoje, é o maior sistema de integração e networking entre empresários do Brasil, com mais de 12 mil empresários membros e tem até aplicativo exclusivo.

“A melhor maneira de contra-atacar a crise é fechar negócio, movimentar economia, fazer girar dinheiro. Aqui, não fazemos distinção entre grande ou pequeno; são todos empresários que querem fazer negócio e são de confiança porque chegaram pela indicação de alguém. Também não pagam mensalidade, não cobro comissão dos negócios que são fechados, nossa única exigência é que sigam a nossa filosofia, os nossos três pilares, que são: compartilhar informações que possam ajudar outros empresários, como cursos e eventos, ajudar uns aos outros indicando clientes, e manter o espírito de cooperação latente”, explica Washington. 

Para eles e para elas

Companheira da vida e também dos negócios de Washington, Noêmia Frazão não só viu tudo isso acontecer de perto como trabalhou muito para as coisas acontecerem. Filha de nordestinos, única mulher entre quatro irmãos, Noêmia veio de São Paulo para Campo Grande há 11 anos tentar a vida. Com um dom natural para as vendas, liderança e empreendedorismo, teve a ideia de criar uma versão da rede voltada para as mulheres empreendedoras.

“Identificamos que existia um grande gap no mercado. Essa necessidade de o empresário fazer networking e estreitar o business, se existe para o homem empresário, existe para a mulher também. Foi quando criamos a Expo Amigas de Negócios. Começamos com cerca de 20 empresas e público de 500 pessoas; o evento da terceira edição, que aconteceu em março deste ano, reuniu 100 empresas e público de mais de 3 mil pessoas em dois dias de evento. Mulheres tomam decisões mais rápidas e essa velocidade de decisão da mulher impacta muito no resultado dos negócios”, defende Noemia.

O casal sonha cada vez mais alto e quer levar o projeto também para grandes centros do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte; além de manter o evento no calendário do estado que será votado na Assembleia Legislativa, ajudando a tornar Campo Grande a “Capital do Turismo de Negócios”.

Networking para todos

Quem é mulher sabe que voltar ao mercado de trabalho depois de um período afastada por conta da maternidade é um desafio e tanto. Se for em uma área diferente da que você atuava então… nem se fala. Mas foi exatamente isso que a terapeuta sistêmica Kelli Cristina de Oliveira fez.

Além de coragem e competência, Kelli também foi estratégica: participou da 3º Expo Amigas de Negócios. “Meu trabalho hoje é o de facilitar processos de consciência que permitem a expansão da pessoa e dos negócios. Como é algo bem pessoal, a maioria dos clientes vêm por indicação; a propaganda é boca a boca mesmo, então precisava ampliar a minha rede de contatos. Dei palestra e atuei no espaço ‘Mentorias’ da feira, e dali saíram não só clientes como parcerias. Eu sabia que seria um momento de lançar algumas sementes, mas não esperava que fosse colher os frutos tão rápido”, declara.

Uma boa rede de networking não é importante só para quem está (re) começando, empresas consolidadas no mercado também têm muito a se beneficiar. A Microart atua há quase 30 anos nos segmentos de informática, papelaria, móveis para escritório e escolares e participou da Feira.

“Sentíamos necessidade de alcançar um público que ainda não nos conhecia. Fomos ao encontro dele então e os resultados superaram todas as mais positivas expectativas, alavancando ainda mais a Marca Microart e nos possibilitando alcançar novos negócios e novos mercados”, conta o diretor da empresa, José Aparecido Dourados.

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