O PROGRAMA CRIE, é uma forma de enfrentar a crise, oferecendo propostas aos empresários locais. Muita tinta está sendo gasta na gestão macroeconômica da crise, entretanto, a atuação de cada um em sua atividade também é importante para enfrentar-la. Há desafios complexos na empresa de cada um que têm que ser ponderados.
O Brasil está se transformando rapidamente. Os problemas no resto do mundo têm impactos fortes no ambiente empresarial, na expansão dos mercados e da concorrência, enfim, nas formas de gerar valor, exigindo adaptações. Afinal, as atividades que geram valor num país estão nas empresas, sejam elas comerciais, agrícolas, educacionais, etc. Lá está um grande desafio de fazer acontecer.
O Brasil cresce a uma velocidade menor que no resto do mundo. O país não se adapta e há uma obsolescência que prejudica o desenvolvimento. Há medo de mudanças. Com isso, a defasagem aumenta a cada dia que passa. Num momento de crise, como o atual, isso pode ser fatal para uma empresa.
A obsolescência é dissonante com uma característica típica do país: a ginga, o jogo de cintura dos brasileiros. Não surpreende a ninguém o desempenho espetacular nesse quesito.
Em concursos de publicidade, em soluções empresariais, em novos produtos e em adaptações a situações difíceis, o Brasil é campeão, não tem rivais. Mas justamente a característica mais forte é a menos utilizada para promover o crescimento.
Pelo contrário, o rebolado tupiniquim é abafado pelo medo à mudança. Num mundo em transformação, a uma velocidade cada vez mais rápida, a obsolescência é a regra aqui.
Ilustrando o ponto, no ranking de competitividade do Fórum Econômico Global, o Brasil está caindo de posições, porque os demais países se adaptam mais rapidamente às mutações no ambiente empresarial. Os avanços são mais lentos aqui. É triste, é como ver um aluno talentoso e aplicado ser reprovado. É inadmissível.
Outro exemplo é o da legislação trabalhista. É da década de 1930, quando o país era predominantemente agrícola, não foi adaptada aos novos tempos. O resultado é que o número de trabalhadores sem carteira assinada cresce cada vez mais e, conseqüentemente, eles não usufruem de seus benefícios. Atualmente, mais da metade não tem registro, e há, no Brasil, mais de dois milhões de ações trabalhistas por ano. Além de ser um recorde mundial, é um desperdício de milhões de horas de advogados talentosos por conta de uma legislação obsoleta e um estorvo para empresários que querem fazer acontecer.
Insiste-se em fórmulas superadas em vez de focar em uma adaptação ao novo quadro. A realidade é outra: o mundo mudou, e a ordem do dia é atualizar políticas, instituições, regras, privilégios e obrigações e a proposta de valor de cada empresa e órgão do governo. Soltando travas do passado, o Brasil do futuro virará o Brasil do presente. Depende de cada um fazer a sua, O CRIE Soluções do Sebrae MS é um bom primeiro passo.
Enviado por Leandra Oliveira (Sebrae/MS)
Roberto Luis Troster, 58, Integral Trust; e-mail: robertotroster@uol.com.br
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