Se você está com fome, prepare-se. Não será fácil ler esta história e não sair correndo em busca de um restaurante mineiro. Imagine um suculento churrasco assado na brasa, linguiça mineira, carne de sol, quiabo com frango e um abacaxi assado com canela e açúcar. Detalhe: o que não é assado é preparado no fogão a lenha e servido com o carinho e o cuidado de quem recebe cada cliente como se fosse um convidado para o almoço de domingo em família.
Esse lugar é o Restaurante Mineiro Malaquias, no bairro Tarumã, em Campo Grande, resultado da junção de esforços do pai, Ary Malaquias, 62 anos, e da filha Élida Rodrigues, 39 anos. O primeiro, “churrasqueiro dos bons que trabalhava em outro restaurante e que sonhava em abrir o seu próprio”, nas palavras de Élida, administradora do negócio, que resolveu acreditar no sonho do pai. Ele entendia tudo da comida, mas precisava de alguém para gerir o empreendimento.
Juntos, procuraram oferecer uma comida simples, sem luxo, mas com qualidade, saborosa e aliada a um atendimento caloroso. “Embarquei num velho sonho do meu pai, que hoje é meu sócio”, relata Élida, prosseguindo: “Além da vontade, senti que ele precisava de alguém de confiança ao seu lado para administrar as finanças, o pessoal e o comercial para o negócio dar certo. Num pequeno negócio é assim, o empreendedor concentra todas essas funções”
De fato, a jornada demandou muita coragem. A empreendedora lembra que, quando decidiu abrir o restaurante, não tinha dinheiro algum para investir, tampouco capital de giro, e assim precisou usar o próprio cartão de crédito, pois as linhas de financiamento bancário dependiam de movimentação e tempo de conta. “Não foi fácil, mas com muito trabalho e perseverança, estamos completando sete anos no mercado”, frisa.
Não bastassem as funções administrativas, Élida ainda se desdobrava como auxiliar de cozinha do pai (churrasqueiro) e de mais uma única cozinheira. Sete anos depois, o Mineiro Malaquias emprega 10 pessoas fixas e pelo menos outras quatro freelance aos finais de semana e feriados. Além dos pratos servidos na hora, o restaurante oferece marmitas, marmitex, churrasco por quilo e porções específicas do buffet.
“Contratamos pessoas do próprio bairro, que geralmente gastam sua remuneração por aqui mesmo, gerando desenvolvimento para o comércio da região”, enfatiza Élida, ciente da importância dessa corrente para o crescimento dos empreendimentos locais. “Claro que gerir um negócio assim dá uma trabalheira danada, mas é muito gratificante ver que daqui sai o sustento de muitas famílias. Por isso, não descansamos até termos certeza de que todos os clientes que atendemos sairão satisfeitos e voltarão”, complementa.
Texto: Fernanda Oliveira para a campanha do Movimento Compre do Pequeno – Sebrae.
Texto original publicado no Campo Grande News.