Poucos segmentos passaram tão bem pela economia retraída em 2017 como o de pets: foram R$ 19,2 bilhões e expansão de quase 7% em relação a 2016. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), que também afirma que o Brasil é atualmente o terceiro maior mercado do mundo em faturamento no setor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Mato Grosso do Sul tem acompanhado a tendência de crescimento, com novas mega lojas, novos serviços e eventos voltados ao mundo pet. Considerados membros da família, cães, gatos, roedores, aves e répteis recebem alimentação adequada, roupas e acessórios; cuidados veterinários, diversão e, em alguns casos, até pequenos luxos. Na outra ponta do mercado, os empreendedores geralmente ingressam na área por gostarem muito dos bichinhos, um ingrediente imprescindível para o sucesso.
Mercado aquecido garante rentabilidade
Benjamim Bernardi, veterinário e proprietário da Cãotainer, que possui duas lojas em Campo Grande, começou no mercado pet assim que se formou, há seis anos, e sempre teve o sonho de empreender no comércio.
“Eu nasci e cresci em loja veterinária ou agropecuária, que é como se chama no interior. O meu sonho sempre foi ter o meu negócio, trabalhar com o chamado mercado pet comercialmente. Os donos de pets querem um serviço de confiança; para isso, procuro fidelizar minha clientela com atendimento diferenciado, descontos e uma equipe de colaboradores que, por meio de convênio com alguns fornecedores, estão sempre se reciclando”, conta.
Mesmo com um negócio considerado recente, Benjamim já está colhendo os frutos, crescendo junto com setor. O veterinário afirma que a rentabilidade chegou a mais de 10% em 2017 em relação a 2016, graças a muito trabalho e uma grande realização profissional.
Da paixão à lucratividade
Advogada e administradora de empresas, respectivamente, Léa Lourenço e Mariana Estrada também resolveram ingressar no mundo pet. As proprietárias das empresas Dog Walker CG e Dog Parker CG resolveram deixar seus diplomas na gaveta e trabalhar com o que realmente amam: cuidar de cachorros como dogsitters e dogwalkers, profissionais que cuidam dos pets quando os tutores viajam ou têm algum compromisso. A Dog Park funciona como uma creche para os cães.
“Estamos constantemente fazendo cursos, a Léa na área de adestramento e eu, massoterapia. Com o desenvolvimento do mercado, precisamos estar atentas e sempre trabalhando muito. Somos os braços direitos do tutor. Hoje, o animal de estimação está muito humanizado, o que gera transtornos graves de separação para o pet. Orientamos sempre a dar carinho e amor, mas sempre respeitando as necessidades de cada espécie”, esclarece.
Léa está no mercado há cinco anos e Mariana há dois. “Fiz um curso de dogwalker em Curitiba e quando comecei a trabalhar aqui em Campo Grande, o fazia para complementar minha renda, pois era gerente de uma loja. Até tentei empreender em outro setor comercial, porém, mesmo com experiência de quatorze anos, quebrei. Hoje, além de estar muito feliz profissionalmente, nossa rentabilidade é muito boa”, diz Léa.
O próximo passo das sócias é mudar a “creche”, que hoje funciona num espaço de 60m², dentro do maior pet shop da cidade, com investimento do proprietário, para um local maior, que possa atender a uma demanda também maior.
E é bom mesmo que elas – e outros empreendedores do setor – continuem se preparando para mais trabalho, pois a Abinpet assegura que o mercado dá sinais de seguir crescendo pelo menos até 2025.
De olho nesse crescimento, Leandro Reis, da Guaicurus Produções realiza em setembro deste ano a 2ª edição do Show Pet Brasil, evento que reúne indústrias, distribuidores, fornecedores, profissionais, estudantes e empreendedores dos mais diversos segmentos que atendem ao mercado pet. A promessa para esse ano é que o evento seja ainda maior do que o do ano passado.
“A primeira edição aconteceu em uma estrutura de 1.800 m² construídos, reuniu 53 stands expositores e 29 empresas participantes da rodada de negócios do Sebrae/MS. Em 2018, decidimos mudar a estrutura da nossa feira, será maior e melhor dentro de uma tenda pavilhão de 2.000 m² com capacidade para 65 stands expositores e esperamos um público de 10 mil pessoas”, finaliza Leandro, animado.
E não é mesmo para estar?