Empreendedorismo

07 novembro, 2018 • Empreendedorismo

Cana, cachaça e cultura

A melhor parte das viagens são as lembranças e nem sempre isso significa somente fotografias ou memórias. Voltar para casa com a mala cheia de produtos típicos da região que visitou é um hábito muito comum entre os turistas.

Além do artesanato local, um outro produto genuinamente brasileiro acaba sendo para muitos turistas, nacionais ou estrangeiros, um produto atrativo para presentear familiares e amigos. Estamos falando da cachaça, a bebida destilada mais consumida no Brasil, tanto por brasileiros como por turistas e que nos últimos dois anos movimentou mais de R$15,8 milhões na cadeia produtiva.

Apesar de Minas Gerais ser o estado que mais tem destaque no ranking nacional e internacional neste setor, Mato Grosso do Sul também possui produção e mistura de cachaças que têm se destacado mercado.

Com rótulos, sabores e aromas com referências do nosso estado, representando o nosso jeito, gosto e a nossa terra, temos a produção da Cachaça da Nossa. A indústria localizada no município de Terenos, atualmente é administrada e composta por membros da mesma família: Joenildo Chaves e seu filho, Mateus Chaves.

Do início ao fim

Sendo a única produção de cachaça de MS registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o processo produtivo Da Nossa começa com a colheita da cana-de-açúcar, que é plantada na Estância Sofia, onde está instalada a indústria, e só termina na distribuição.

Moagem, extração do suco, separação do bagaço, filtragem, fermentação e destilação. É nesta última que a bebida tem a concentração alcoólica adequada, de 38% a 48%, prevista em lei. Todas as amostras do lote produzido são enviados para análise de qualidade e depois armazenadas em barris de madeira ou inox para reduzir a evaporação da bebida e manter a qualidade de cor, aroma e sabor da bebida no processo de envelhecimento.

A etapa final consiste no engarrafamento e depósito para que os produtos sejam vendidos. Atualmente a Da Nossa atende as cidades de Terenos, Campo Grande, Bonito, Amambaí, Aquidauana e Ivinhema, além do estado de São Paulo.

Apesar de MS não ter tradição como produtor de cachaça e o mercado ser bem concorrido, a qualidade do produto tem feito a marca ganhar visibilidade, o que levou Joenildo e Mateus a lançarem uma nova linha de produto, a cachaça Comitiva, uma versão mais suave e moldada com as características de Mato Grosso do Sul, desde a escolha do nome que remete às comitivas pantaneiras, como no rótulo, aroma e sabor.

Além da venda dos produtos, Joenildo conta que a fábrica tem chamado atenção para um novo tipo de turismo. “Temos recebido pedido de empresas de turismo para trazer os clientes para visitar a indústria, conhecer as instalações, o processo produtivo e verem de perto os segredos que fazem a cachaça Da Nossa ser um produto diferenciado”, explica.

Um clássico chamado Taboa

Principal destino turístico de MS, Bonito também tem um case de sucesso: a Cachaça Taboa, a tradicional cachaça de guavira, fruta típica da região, misturada artesanalmente pela proprietária da Taboa Andréa Fontoura com mel, canela, guaraná em pó e ervas naturais.

Mas a história da Andréa com a Taboa começou pelo bar. Retornando para Bonito em 1996, após uma temporada em Campo Grande, Andréa se deparou com o boteco “Taboa Bem” (que era administrado pelo seu irmão, Cleto Fontoura e o amigo Eduardo Paziam) abandonado. Andréa decidiu, então, tirar a poeira da vida e do balcão do bar para começar um empreendimento do zero. Quando percebeu, estava reformando o espaço, investindo em cardápio, decoração e bebidas.

E em um dia de frio, junto dos amigos e som rolando no bar, Andréa decidiu misturar alguns destilados com guaraná em pó, canela, mel e algumas ervas que tinha na cozinha. “Em uma cozinha no fundo da casa da minha avó, Dona Lair, comecei a misturar, colocar no fogo e provar. Naquela época eu gostava de beber. Até que descobri que ou eu bebia ou administrava quem bebia. E eu optei pela segunda opção”, conta Andréa. No frio, ela viu que a bebida esquentava e agradava os clientes e no verão também ficava ótima geladinha.

Os turistas que provavam a bebida começaram a pedir que ela colocasse em uma garrafa para levar de recordação ou até mesmo para levar de presente para parentes e amigos. Foi assim que nasceu a Taboa Indústria e Comércio de Bebidas, em 2003.

Mesmo com o bar e a indústria, Andréa percebeu que o lugar pedia algo mais e desde 2013 a Boutique Taboa faz e vende produtos com as sobras das palhas que envolvem as garrafas da cachaça, além de artesanato com argila, que é confeccionada a partir da água curtida nas ervas que também são usadas na produção da bebida.

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