Empreendedorismo

18 dezembro, 2020 • Empreendedorismo

Comunicação: Como falar a favor do seu negócio

A comunicação é o que nos torna capazes de estabelecer relações sociais, possibilitando o suprimento de nossas necessidades. No ambiente corporativo, a capacidade de comunicar de forma clara e efetiva é fundamental, já que o sucesso da empresa é determinado pela gestão e desempenho de cada membro da equipe.

Com um discurso alinhado, os efeitos dessa comunicação passam a impactar de diferentes formas todos os setores, determinando os rumos que a organização pode tomar.

Para esclarecer algumas dúvidas sobre como trabalhar a comunicação a favor do seu negócio, conversamos com Eleonora Rangel, que trouxe algumas reflexões e dicas que farão a diferença na hora de elaborar a estratégia comunicacional da sua empresa.

Eleonora Rangel Nacif é professora da The School Of Life, escola de origem londrina que oferece cursos voltados para o desenvolvimento da inteligência emocional, desde sua fundação em São Paulo, no ano de 2013, e fala sobre temas ligados a solitude, diplomacia, decisões e como lidar com conflitos.

Além disso, é advogada criminalista e atua no Tribunal do Júri, além de coordenar a Escola Superior de Advocacia da OAB e exercer a função de Presidenta do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM).

Confira!

Comunicar com clareza e assertividade é uma arte

Saber se comunicar, transmitir mensagens muitas vezes complicadas com clareza, de forma inteligível e em tempo razoável, com respeito e paciência com quem desconhece o tema: eis os pilares de uma comunicação eficaz.

Tanto no plano pessoal quanto profissional, conciliá-los é uma espécie de arte cujas técnicas não aprendemos na escola e só podemos desenvolver na prática, mediante erros e acertos.

Estudos sobre os efeitos da comunicação em ambientes empresariais apontam que líderes que se comunicam de maneira mais eficaz com seus grupos conseguem um aumento de até 32% de cumprimento do objetivo de grandes projetos. Isso, segundo Eleonora, demonstra o grande potencial que a comunicação tem de fazer a diferença em cada momento da empresa, culminando em resultados concretos quando bem aplicada.

Eleonora

O exercício da comunicação precisa ser regular

Para algumas famílias a comunicação é presente e intensa, estimulada a partir de diálogos onde se aprende a compartilhar o que se passa e que concordar ou discordar de opiniões é essencial para o bom relacionamento. Em ambientes como esses, o aprendizado comunicacional desenvolve-se em um nível inconsciente, onde mesmo sem estudar sobre comunicação, as pessoas crescem entendendo sua importância.

No entanto essa realidade ainda é rara e, por isso, ainda é necessário que o estudo voltado para o desenvolvimento das habilidades comunicacionais seja estimulado e seu exercício seja frequente. Dessa forma, é possível que torne-se uma aliada na vida pessoal e nos negócios.

De acordo com Eleonora, quando vamos dividir um projeto com uma equipe, precisamos circular o saber interno e isso demanda algumas habilidades.

É nesse momento que nossos padrões de comunicação tendem a estabelecer obstáculos, podendo gerar alguns tipos de conflito, discordâncias e mal-entendidos. A forma como lidamos com falhas na comunicação é o que demonstra quais os padrões presentes em nosso consciente e inconsciente.

“Pessoas que conseguem desenvolver a habilidade de comunicar o que precisa ser comunicado, mesmo que isso gere algum mal-estar, conseguem fazer críticas e trazer feedbacks que serão ouvidos”.

O feedback é essencial

Empresas bem sucedidas têm feedbacks constantes em relação ao trabalho da equipe. Para que essa resposta seja eficaz e saudável, a comunicação precisa ser feita de forma impessoal e, mesmo que gere algum mal-estar, o comunicador deve buscar inspirar nos ouvintes a clareza de que o objetivo é maior que a circunstância.

Eleonora acredita que o tipo de criação que recebemos no ambiente familiar seja o principal causador dessa aversão às respostas negativas, já que somos acostumados a receber amor incondicional materno e paterno e, quando somos criticados, sentimos cair por terra todo nosso valor.

“É como se fôssemos amados em nossa totalidade e, quando alguém nos faz uma crítica, passa a não poder nos amar”. Quando conhecemos o nosso valor, percebemos que os feedbacks não nos definem, mas podem agregar de forma interessante em nosso processo.

Suposição x Escuta Ativa

Uma das barreiras mais constantes da comunicação reside no fato de que costumamos supor que tudo o que falamos é bem compreendido. No ambiente corporativo, quando uma equipe não realiza o trabalho exatamente como o desejado, é possível observar que a suposição é incorreta e que nem sempre a comunicação será tão clara quanto imaginamos.

Um bom comunicador deve agir como um bom professor, com paciência e, até mesmo, curiosidade a respeito das lacunas que podem surgir a respeito do tema tratado. Para Eleonora, o objetivo deve ser sempre transformar uma equipe em uma grande sala de aula, buscando traduzir de maneira clara e não cansativa cada detalhe importante para o processo.

Ouvir é outro aspecto essencial e, em alguns casos, pode ser considerado o mais importante. “A gente confunde muito os verbo escutar e ouvir, mas quando falamos em escuta, é como abrir um espaço dentro de si para o que o outro tem a falar”.

Eleonora explica que, para exercermos uma escuta verdadeira, precisamos silenciar os diálogos internos e buscar um espaço de interesse no outro, na intenção de confirmar se o que estamos entendendo é, de fato, o que aquela pessoa deseja comunicar.

“Quando alguém te conta algo, você diz que já passou por algo parecido, sem conseguir silenciar seu eu para deixar a pessoa desenvolver a conversa. Conforme a escuta torna-se mais sensível, a gente aprende a realmente abrir esse espaço e se interessar pelo que o outro traz”.

Os passos que capacitam as pessoas a exercerem uma comunicação eficaz, para Eleonora, apenas podem ser seguidos a partir do exercício da empatia. Conforme explica, quando se tem um olhar empático sobre o outro, torna-se mais fácil compreender, por exemplo, que a ignorância, partindo do princípio do desconhecimento, não deve despertar irritabilidade.

“Se uma pessoa não conhece alguma coisa, aquilo não a define. O que podemos fazer para suprir aquele desconhecimento? Como abrir a escuta para explicações? Precisamos dar um passo para trás, descer desse lugar de dominância e lembrar que os outros não estão sempre familiarizados aos nossos temas”, conclui.

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