Empreendedorismo

30 outubro, 2017 • Empreendedorismo

Não é porque você gosta de fazer pão que vai abrir uma padaria

Adoro fazer pão. Um dia vou ter uma padaria”, dizia minha vozinha com o mesmo entusiasmo com que mandava meu vô varrer a frente de casa. Lembro-me como se fosse hoje.

Mal pensava ela que para isso teria que se levantar desnorteada nas madrugadas, tendo que distinguir entre seus óculos e sua dentadura; por alguns instantes, inclusive, trocava as bolas e acabava mordendo os olhos e enxergando melhor com os dentes. Tirava as pantufas rapidamente e saía correndo pra abrir o negócio antes do sol raiar, acompanhando de perto as fornadas do “francês”, queridinho da clientela.

A rotina cansativa e a falta de experiência pra lidar com as contas e os funcionários tiraram por alguns meses sua gargalhada de fim de tarde, e fizeram sumir seu ritual de contar pela milésima vez uma história absurda que misturava onça, saci e fantasma. “Da época em que eu vivia na fazenda, menino. Não acredita? Sua geração não sabe de nada. Desobedece sua vó e você vai ver se um desses três não aparece no seu quarto de noite!”, dizia ela.

Por sorte, conseguiu repassar o estabelecimento a quem tinha energia de sobra e noções de administração. “Nunca mais”, afirmava. Em poucos meses, nossa véia porreta, praticamente irmã da famosa Dercy, já voltara a trocar o nome dos netos, agitar a bengala pra cima com uma baita vitalidade, implicar com as manias dos jovens daquele tempo e produzir pães sob encomenda.

Desta vez, era só ela e o papagaio Bidu, que não precisou ser registrado como empregado, já que o máximo que fazia era imitar polícia quando a gente tentava beliscar um pedacinho da produção. Até o nome dos netos esse lazarento decorou. Era eu pegar um bolo e já vinha um barulho ensurdecedor de sirene seguido por berros denunciadores do sacana, por trinta ininterruptos segundos. “Bráaauuliiooo!!! Bráaauuliiooo!!!”.

Conheço inúmeros casos parecidos. Não de quem cozinha com o papagaio ao lado. Mas de gente que adora perfumes, por exemplo…e acredita que realmente bastaria abrir uma empresa do ramo pra realizar o sonho de sentir incríveis fragrâncias pelo resto de sua vida.

Ao acordar, se deparavam com o cheiro estranho de complexidade no ar; muitas vezes mais desagradável que a sujeira do Bidu. Gerenciar estoque, treinar vendedores, acertar nas compras, pensar em promoções atrativas, realizar a gestão financeira, negociar com fornecedor, melhorar o layout da loja; entre outras obrigações que o empresário deve ter em seu dia a dia.

Lembre-se sempre: pra empreender, o buraco é mais embaixo. E agora eu sou o papagaio a te alertar. Pesquise tudo sobre o tipo de empreendimento, mais do que vasculha a vida dos seus vizinhos. Não tenha vergonha de perguntar; converse com alguém que já tenha esse tipo de negócio. Há ferramentas que te ajudam a descobrir se você tem o perfil empreendedor. O Sebrae/MS pode facilitar o seu caminho com soluções para se capacitar – inclusive online – e pesquisar mais sobre mercados. Está preparado? Então, vá em frente e boa sorte!!!


Seu Brae
Dono do melhor mercadinho do bairro.
Especialista em resenha com o cliente.

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