Inovação e Tecnologia

03 abril, 2019 • Inovação e Tecnologia

Aprendendo com gigantes: uma entrevista com Fernando Seabra

Depois de muito estudar, trabalhar e ralar, ele agora dedica a vida a ajudar outros empresários a alcançarem o sucesso. Empreendedor, formado em Direito, especialista em marketing, Fernando Seabra atua como mentor, investidor-anjo e conselheiro de startups e aceleradoras.

Atualmente, é líder do GRI – Grupo de Relacionamento com Investidores do Departamento da Micro, Pequena, Média Indústria e Acelera FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que tem um amplo projeto de integração do ecossistema de empreendedorismo brasileiro e também um projeto de grande proporção para incentivo ao investimento anjo em startups. É também mentor do Founder Institute e comanda a equipe de analistas do programa Shark Tank Brasil – Negociando com Tubarões (exibido pelos canais Sony e TV Bandeirantes).

Recentemente, Seabra esteve em Campo Grande a convite da Unigran Capital para o lançamento dos cursos de pós-graduação da instituição, evento durante o qual palestrou sobre a importância da educação e do conhecimento. Na ocasião, Seabra conversou com a equipe do Blog do Sebrae. E esse papo você confere agora.

“Eu sempre ressalto como a educação é importante para a formação de um brasileiro que seja cidadão e não só mais uma pessoa. Isso tem muito a ver com a minha história de vida porque eu sempre busquei pelo conhecimento para construir o meu futuro. Formei em Direito para nunca ser advogado porque é uma formação excepcional: você aprende a ler, escrever, dialogar, argumentar e, o mais importante, a escutar. A gente não ajuda os outros se não souber ouvir e entender o que eles precisam e querem”, afirmou logo no início da entrevista.

Como uma agenda apertada, Seabra topou responder a três perguntas do Sebrae/MS.

BS – Você lida com empreendedores que estão começando. Nesses anos todos de experiência, é possível identificar os principais erros que empreendedores de primeira viagem cometem?

FS – Existem vários, mas, para mim, tudo se resume no erro padrão: 90% das pessoas empreendem pelos motivos errados. Porque o chefe é ruim e quer ser seu próprio chefe, para trabalhar menos (sem saber que vão trabalhar o dobro), para ganhar muito dinheiro (mas muitas vezes vão perder tudo o que têm). O empreendedor brasileiro, pelo fato de ser latino e ter muito sangue nos olhos, empreende com pouco conhecimento porque acha que sangue nos olhos é suficiente; e não busca conhecimento. Um outro ponto importante eu trago de uma estatística mundial que diz que 97% das startups fracassam por 20 motivos principais e o primeiro motivo é: porque lançam produtos e serviços que o mercado não precisa, pulando uma fase essencial da largada que a gente chama de validação de ideia.

BS – Fala-se muito hoje em dia da Economia da Atenção. Há muita informação e é preciso se esforçar para se destacar a ponto de merecer a atenção do cliente. Como criar valor em um mundo onde parece que tudo que poderia ser criado já foi criado, que considera algo uma inovação hoje e amanhã ultrapassado?

FS – Empreenda algo que tenha a ver com a sua história de vida. O empreendedor precisa ter a noção de que a história dele é importante e, se tem verdade, tem valor. Parece simples, mas não é. Passa por uma reflexão sobre missão de vida e propósito. Mas é importante ressaltar também que, por mais que a pessoa não tenha recursos para desenvolver alguma coisa agora, ainda não tenha verba para começar um negócio, já dá para encontrar seu propósito e colocá-lo em prática enquanto trabalha para os outros. O caminho ficará mais claro quando ele for começar a sua trajetória empreendedora. 

BS – A descentralização da informação é considerada um novo poder. Colaboração e coletivo são palavras que fazem sentido no mundo dos negócios? As pessoas conseguem transcender a questão da concorrência?

FS – Se perguntarmos para a nova geração o que eles querem da vida, a resposta vai ser totalmente diferente do que eu queria aos meus 20 anos. Nessa nova visão de mundo, é importante para eles fazer algo que seja mais coletivo, esse é um dos pilares da nova economia: o mindset colaborativo, porque só faz sentido eu estar feliz se meu vizinho também estiver. Exemplos como aplicativos de mobilidade urbana e de hospedagem fazem essa disrupção e provam que é possível sim ganhar dinheiro com essa mudança.

Muito conhecimento e experiência não é mesmo? Para mais conteúdo do Fernando Seabra, siga suas redes sociais Instagram: @fernando.seabra e Linkedin: feseabra. Para acompanhar soluções em gestão e startups, siga o Sebrae/MS e o LivingLab MS nas redes sociais.

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