Os danos causados à natureza impactam diretamente na vida humana, por isso existe uma urgência em adotar práticas mais sustentáveis e que garantam a continuidade do uso dos recursos naturais e da vida. Tema comum entre os setores industriais, no setor automotivo ganha força, pois a quantidade de resíduos que um automóvel gera é impressionante. Por exemplo, um carro em seu primeiro ano de uso, pode produzir cerca de 12 litros de óleo usado e cinco quilos de resíduos, que incluem filtros de ar, óleo e combustível, além de embalagens, estopa e pneus.

A iniciativa de tornar as etapas da cadeia de produção automotiva mais sustentáveis partiu, num primeiro momento, das montadoras e salões, que investiram na criação de modelos de veículos ecológicos e alternativas de combustíveis mais limpos, e acabou se espalhando até chegar às oficinas mecânicas.

O ambiente do UmTrato Centro Automotivo chama atenção pela organização e limpeza, mudando a visão comum de que uma oficina mecânica deve ser suja, escura e bagunçada. Sua história em Campo Grande é recente, foi instalada em 2013 por Jair Ferreira e seu cunhado, ambos com anos de experiência no setor automotivo. Com a ideia em mente procuraram o Sebrae para entender qual era a viabilidade do negócio e como poderiam apresentá-lo ao mercado.

Com o centro automotivo funcionando veio o desejo de se tornar uma referência no mercado da Capital e no setor de empresas sustentáveis. Nessa questão ambiental, a principal exigência é o descarte correto dos resíduos sólidos e líquidos, de acordo com resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) não apenas para oficinas, mas toda empresa que tenha potencial de produção de resíduos prejudiciais ao meio ambiente, que deve descartá-los adequadamente sob pena de multa ou ter o estabelecimento fechado.

“Todo óleo queimado misturado com água cai nas canaletas e vai para uma caixa separadora, a água é descartada no esgoto normal e o óleo é recolhido por uma empresa terceirizada, que leva para Paulínia e lá ele é reciclado” explica Jair.

Os resíduos sólidos também têm destino certo. “Embalagens, panos sujos, estopa e até peças dos veículos e pneus são recolhidos por uma outra empresa, que incinera Mídiaesse material, exceto algum pneu que ainda está em condições de ser reciclado” diz.

Esse cuidado fez com que o UmTrato buscasse conquistar o Selo Verde e, caso o centro automotivo cumpra todas as etapas, será a primeira empresa do setor a possuir a certificação em Campo Grande. Dado pelo Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), o selo atesta que oficinas e centros de reparação possuem processos ambientalmente sustentáveis, além de procedimentos de descarte e reparos adequados. No site no Instituto, você pode conferir mais informações sobre o Selo.

Outro exemplo de compromisso com o meio ambiente é a Poiattos Reparações Automotivas. Doze anos atrás, seu dono, Jairo César Poiato, trouxe lá de Bonito ideias e atitudes ecologicamente corretas. Hoje sua oficina é um modelo, com sistema de captação de água da chuva, separação de óleo usado e até telhas acrílicas que evitam o uso de iluminação artificial durante o dia.

“Há três anos eu construí a oficina como ela é hoje, gastei bastante então meu retorno vai ser lento. Mas eu sei que hoje eu estou com a minha consciência tranquila, pois se vier alguém para fiscalizar está tudo certinho. Além disso, tenho filhos, vou ter netos, preciso pensar no meio-ambiente no futuro”, comenta Jairo.

A água da chuva captada é usada nas descargas do banheiro e para lavagem do pátio. Assim com acontece no UmTrato, o óleo usado também é coletado e descartado adequadamente.

As embalagens de produtos e as peças velhas dos carros também são armazenadas separadamente e vendidas para que sejam descartadas adequadamente ou recicladas.

O seu negócio também pode ser sustentável. Acesse a cartilha sobre o assunto e conte também com o projeto do Sebrae MS voltado para o setor Automotivo. O Auto Negócio existe para ajudar os empresários de oficinas mecânicas, auto-peças, empresas de manutenção de ar-condicionado, entre outros, a fazer uma gestão mais assertiva e responsável.