Mato Grosso do Sul é reconhecido pelos turistas internacionais como o estado mais hospitaleiro do Brasil. Uma pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo mostra que, entre os 19 itens pesquisados e avaliados que influenciam a percepção do turista (como alojamentos, gastronomia, restaurantes e aeroportos), a hospitalidade do sul-mato-grossense chama a atenção dos estrangeiros, deixando para trás grandes destinos turísticos, como Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.
Mesmo com esse reconhecimento, temos que admitir que ainda há muito potencial e muito espaço para o setor crescer e se desenvolver em nosso estado. O que falta então?
Luiz Barretto Filho é sociólogo, administrador, foi diretor de comunicação e marketing e presidente do Sebrae Nacional, esteve à frente do Ministério do Turismo por quatro anos e, hoje, atua como consultor. Em entrevista à equipe do blog do Sebrae, Luiz detalhou as forças e as oportunidades do setor em nosso estado.
O primeiro ponto que merece atenção, segundo Barretto, é o Observatório de Turismo, implementado em Mato Grosso do Sul em 2017.
“Como qualquer outro campo de atividade, para fazer turismo é preciso ter informação, ter dados, e aplicar uma inteligência em cima dessas informações. É preciso conhecer esse turista, entender sua jornada: de onde ele vem? Do que gosta? O que ele faz? O observatório ajuda o empresário acessar esse tipo de informação e isso é uma vantagem competitiva para aumentar o fluxo e atrair novos turistas para os nossos destinos”, defende.
Outro ponto observado por Barretto é que Mato Grosso do Sul já possui algumas forças consolidadas, como a questão do ecoturismo e turismo de aventura. Por outro lado, o estado tem atraído congressos e eventos corporativos; muitas vezes atrelados à cadeia do agronegócio e do polo educacional que tem se formado.
Negócios já são o segundo principal motivo de viagens para Campo Grande, ficando atrás somente do lazer. O Centro-Oeste realiza 9% dos eventos do País e tem 6% do faturamento nacional. “Quase 80% das empresas que organizam esses eventos são de pequeno porte. O grande desafio é criar uma rede de serviços que possa dar conta da realização de mais eventos e, por outro lado, ter uma política agressiva de comercialização”, explica.
Turismo em 4 pilares
Em pleno ano de 2019, é impossível falar de turismo inteligente sem falar de tecnologia. É preciso, sim, investir em tecnologia de ponta para garantir conectividade, interação e agilidade. Mas Barretto fala também de outros três pilares que devem ser explorados nessa nova era do turismo: Governança, Experiências e Sustentabilidade.
“No turismo, pessoas vão ser sempre mais importantes que qualquer tecnologia. Nada substitui gente. Por isso, é fundamental investir na capacitação das pessoas que atuam no turismo para que possam oferecer um atendimento mais personalizado, que possam oferecer experiências inesquecíveis, para aumentar a qualidade do serviço, para desenvolverem ações sustentáveis, enfim, para dar conta desse turista que é cada vez mais experiente, conectado e exigente. A economia da recomendação já é uma realidade. A opinião de amigos e até mesmo de desconhecidos conta mais que a publicidade que você paga”, finaliza.
Plano Nacional de Turismo
O PNT 2018-2022 foi elaborado de forma coletiva e espelha os anseios do setor e do cidadão que consome turismo. O conjunto de medidas contribui para consolidar o turismo como um eixo estratégico efetivo de desenvolvimento econômico do país e tem como meta:
– Aumentar a entrada anual de turistas estrangeiros de 6,5 milhões para 12 milhões.
– Aumentar a receita gerada pelos visitantes internacionais de US$ 6,5 bi para US$ 19 bilhões.
– Ampliar de 60 milhões para 100 milhões o número de brasileiros viajando pelo País.
– Ampliar de 6,5 milhões para 9 milhões o número de empregos no turismo.
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