Muito mais do que ter domínio das próprias emoções, a inteligência emocional consiste em perceber e administrar os sentimentos que permeiam a vida pessoal, profissional e social. Uma pessoa inteligente emocionalmente é capaz de entender, de fato, suas emoções e as de terceiros, o que lhe fornece uma capacidade mais aguçada de lidar com variadas circunstâncias.
No meio empresarial, a inteligência emocional é fundamental para que as pessoas percebam-se ativas no seu próprio processo comportamental, comprometendo-se com suas ações e, principalmente, com seus efeitos.
O poeta e escritor André Gravatá conversou com a gente sobre a importância da inteligência emocional no dia a dia e, em um diálogo leve, contou sobre algumas técnicas para aguçar essa capacidade e sair na frente na nova era do empreendedorismo.
Confira!
Abra espaço para se perceber
A autopercepção é preciosa, embora mais complexa do que gostaríamos. Quem desenvolve essa capacidade acaba conquistando uma considerável vantagem competitiva em relação aos demais. Aplicado a um cenário empresarial, no qual os concorrentes têm estado cada vez mais preparados, significa muito mais chances de alcançar os objetivos com estabilidade.
Quem busca entender o que se passa dentro de si e ao seu redor precisa olhar com atenção, primeiramente, para o que acontece em volta no momento presente. Cada reação parte de um estímulo e entender como reagimos frente a cada um deles é crucial para alcançar uma clareza autocomportamental.
“Para aguçar nossa inteligência emocional, é fundamental prestarmos mais atenção nas perguntas do que nas respostas. Como estou hoje? O que está influenciando meu jeito de estar agora? São perguntas que não podemos deixar de fazer a nós mesmos”, explica.
Atente-se ao momento presente
Na rotina profissional, para que sejamos capazes de enfrentar os desafios que se apresentam diariamente, a desejada motivação pode ser conquistada com disciplina e observação.
O foco no momento presente e nas possibilidades de resolução de cada adversidade que se apresenta, muito mais do que o confronto com o problema, são as principais formas de entender as reais possibilidades de mudar ou transformar situações com autocontrole e, consequentemente, mais assertividade.
A intimidade consigo mesmo é uma grande vantagem para quem começa a busca pelo autoconhecimento ativo. Conhecer-se a ponto de perceber quando deixa de viver o presente por preocupações com o passado ou futuro é o primeiro passo para encontrar as maneiras mais corretas de lidar com medos e ansiedades, sempre de forma afetuosa. “É preciso ser tão íntimo de si mesmo que se percebe a hora de mudar o ritmo e a de pedir ajuda”.
Busque formas de estimular suas inteligências
“O que aumenta minha intensidade de vida e o que desmorona minha vontade?”. André, enquanto poeta, acredita que provocar os sentidos é uma boa forma de treinar as inteligências, principalmente em um ambiente onde nem sempre é fácil observar suas próprias reações sem se perder.
A franqueza de nos questionarmos, mesmo que em assuntos delicados, é mais uma maneira de estimular a própria intimidade e passar a enxergar fora da reação provocada pelo “eu”. Como você receberia a palavra que profere? Como acredita que seria uma reação ideal a palavra proferida por você? A honestidade das respostas em relação a perguntas como essas é um indicativo de direção para que a inteligência emocional faça morada no próprio “ser”.
“Considero a poesia como uma arte preciosa para aguçar todas nossas inteligências, pois é uma arte que nasce da presença”. André acredita que o contato com a poesia pode colaborar para que quem está em processo desenvolvimento da inteligência emocional consiga afiar o olhar e a escuta, desenvolvendo a capacidade de estar, de fato, presente onde estiver.
No fim de nossa conversa, André considera que o processo de desenvolvimento da inteligência emocional é extenso e delicado, demandando muita dedicação e esforço, mas que, com disciplina, pode ser alcançado e trazer consequências grandiosas em todos os âmbitos da vida, do viés profissional ao comportamental.
“Quanto mais presentes estivermos naquilo que estamos fazendo, mais potente será nossa ação e mais a nossa relação com nosso corpo e com as outras pessoas terá, na sua essência, o cuidado”, finaliza.